Universidade rebate Trump: furacão Maria matou 3.000 em Porto Rico
Governo americano havia contabilizado apenas 64 vítimas fatais e foi apontado como culpado por não ter disponibilizado ajuda e recursos
A Universidade George Washington, na capital americana, defendeu nesta quinta-feira as conclusões de seu relatório sobre o impacto do furacão Maria em Porto Rico, em 2017, e reiterou ter havido 3.000 mortes. Com a iniciativa, a universidade rebateu questionamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Aprovamos os métodos que baseiam nosso estudo e que nos levaram a estimar que ocorreram 2.975 mortes em Porto Rico depois da passagem do furacão Maria”, afirmou o Instituto Milken, vinculado à universidade e responsável pelo relatório, por meio de comunicado.
O estudo foi feito a pedido do governo de Porto Rico e apresentado no último dia 28 de agosto. Houve imensa repercussão por trazer um número muito superior de vítimas fatais do furacão Maria do que os reconhecidos pelo governo dos Estados Unidos. Oficialmente, teriam sido 64 mortos.
O furacão atingira a ilha em 20 de setembro na categoria mais forte (5). Os ventos e a elevada precipitação causaram ampla destruição em Porto Rico, cujas autoridades queixaram-se da falta de recursos e de apoio do governo americano para a prevenção e o socorro.
Trump questionou as conclusões do relatório em duas mensagens publicadas no Twitter. “3.000 pessoas não morreram nos dois furacões que castigaram Porto Rico. Quando fui embora da ilha, depois de a tempestade ter passado, havia entre seis e 18 mortos”, afirmou. “Se uma pessoa morria por qualquer razão, como idade avançada, eles simplesmente a acrescentavam na lista”, acusou.
Suas mensagens causaram indignação em vários setores dos Estados Unidos. A Universidade George Washington respondeu ao presidente americano afirmando que o furacão Maria afetou todo o território de Porto Rico, especialmente os cidadãos mais pobres e mais velhos.
“Tenho a certeza que o número – 2.975 – é o mais preciso e imparcial até o momento”, reforçou o Instituto Milken.
Os pesquisadores atribuem as divergências à existência de brechas nos processos de obtenção de certidões de óbito e de comunicação dessas mortes por parte do governo de Porto Rico.
(Com EFE)