Vazamento da Suprema Corte sobre lei de aborto gera protestos nos EUA
Atos reuniram manifestantes do lado de fora de tribunais de todo o país na terça-feira e pressão deve continuar

Poucas horas após o vazamento de um documento que indica que a Suprema Corte dos Estados Unidos deve votar para derrubar a lei que garante o direito ao aborto no país, manifestantes se reuniram na segunda-feira, 2, do lado de fora da sede da Justiça americana para protestar. Nesta terça-feira, 3, novos protestos foram planejados em resposta ao documento publicado pelo Politico.
O rascunho do parecer aponta uma tendência de derrubada da decisão histórica Roe vs. Wade, garantidora da interrupção voluntária da gravidez por quase meio século. Desde 1973, a Suprema Corte dos Estados Unidos concedeu às mulheres no país que tivessem o direito de aborto com até 28 semanas de gestação sob a lei, que agora está sob escrutínio como parte de um processo em curso contra a proibição do aborto no Mississippi.
+ O que muda se Suprema Corte dos EUA derrubar decisão que legalizou aborto
Em nota à imprensa, o tribunal confirmou que o documento é “autêntico”, mas ressaltou que “não representa uma decisão do Tribunal ou a posição final de qualquer membro sobre as questões do caso”.

Organizadores da Marcha das Mulheres – protestos de repercussão internacional em 2017, quando o ex-presidente Donald Trump tomou posse – pediram que defensores do direito ao aborto se reunissem do lado de fora dos tribunais por todo país já na noite de terça e continuassem pressionando.
Nas redes sociais, grupos a favor dos direitos das mulheres chamavam pessoas para protestar em Manhattan. A candidata presidencial democrata em 2016, Hillary Clinton, também compartilhou os detalhes do protesto na Foley Square, em Nova York, no Twitter.
https://twitter.com/HillaryClinton/status/1521490375323664384
Postagens de mídias sociais que circulavam também indicavam que protestos estavam sendo planejados perto da capital do estado do Texas em Austin, Los Angeles e Chicago.
Gavin Newsom, governador da Califórnia, comunicou que irá propor uma emenda que mantenha o direito de escolha das mulheres para a realização do aborto com até 28 semanas de gestação, como prevê a atual lei americana, caso a Suprema Corte tente revertê-la.
Ativistas antiaborto também se reuniram nos locais de protesto, alegando que a decisão judicial dará aos estados a possibilidade de decidirem como pretendem seguir.