A pouco menos de um mês das eleições primárias, o principal nome da oposição venezuelana, María Corina Machado, apresenta uma sólida vantagem nas intenções de voto para o pleito, apesar de sabotagens institucionais do governo de Nicolás Maduro.
Segundo levantamentos, a líder de direita conta com um percentual de 40% da preferência do eleitorado, com tendência de alta. Os números da pré-candidata chegam a ser três vezes maiores que o do segundo colocado, Henrique Capriles Radonski.
A candidatura de María Corina Machado foi desqualificada em junho pelo regime chavista, que anunciou a inelegibilidade pelos próximos 15 anos da opositora. Sem discutir os motivos ou a validade da inabilitação, Diosdado Cabello, número dois do chavismo, afirmou diversas vezes que será impossível que María Corina se inscreva como candidata e afirma que ela “engana seus seguidores”.
Apesar da vantagem numérica, a oposição se queixa de não ter o mesmo acesso aos meios de comunicação de massa. Para o consultor político Osvaldo Ramírez, em declarações ao jornal espanhol El País, oito em cada dez venezuelanos querem mudança nos rumos da nação.
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“Tem um contexto onde as pessoas se sentem desligadas da política e do partido do governo. Elas interpretam que poderá haver uma renovação da liderança da oposição. A liderança tradicional da Plataforma Unitária está cobrando o seu preço aqui. Os esforços de María Corina para se diferenciar deles valeram a pena”, acrescentou.
O medo de que as eleições não ocorram, no entanto, é uma crescente no país. Alguns voluntários civis se demitiram, com a alegação de problemas técnicos. Um dos principais nomes da Comissão Eleitoral Primária, María Carolina Uzcátegui, não só renunciou, mas agora realiza uma campanha contra o processo eleitoral.
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A Plataforma Unitária emitiu um comunicado, em meio aos ataques, no qual denuncia “o plano que Nicolás Maduro, através dos seus diferentes porta-vozes, empreendeu contra o direito do povo venezuelano de escolher o seu candidato unitário através de eleições democráticas”. Omar Barboza, secretário executivo da Plataforma, afirmou que existe um “plano perverso” orquestrado desde Miraflores para enfraquecer vontades e “atrair porta-vozes” que desacreditam a eleição.