O diretor do Fórum Penal Venezuelano, Alfredo Romero, informou nesta sexta-feira 25 que nenhum dos vinte presos políticos beneficiados pelo anúncio do fim da detenção foi efetivamente liberado, segundo o jornal El Universal.
A libertação dos presos do estado Zulia havia sido decretada ontem pela Justiça da Venezuela, logo depois do juramento de Nicolás Maduro, reeleito no último domingo e pronto para assumir em janeiro mais um mandato de seis anos como presidente da República. Maduro havia pedido à Justiça a libertação desses opositores como um gesto de “reconciliação” política para seu próximo mandato.
Nas contas do Fórum Penal, uma organização não-governamental, há 373 presos políticos no país por “causas injustas”. O número é corroborado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). A maioria é reconhecida como tal pela oposição, apesar de o governo os considerar responsáveis por crimes comuns.
Romero advertiu que o número de presos políticos na Venezuela tem aumentado, em vez de diminuir. Ontem, um major da Força Aérea e um médico traumatologista foram presos por razões políticas. No ano passado, acrescentou ele, havia 100 presos políticos.
Hoje, são 373, entre os quais o líder oposicionista Leopoldo López, detido em 2014.
Para ele, chama a atenção o fato de o governo Maduro falar de mediação quando o número de detidos cresceu 200%. “Falam de paz, mas a repressão aumenta”, afirmou, segundo o El Universal.
Romero criticou ainda a atuação do ex-presidente de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, encarregado pelo Palácio Miraflores de anunciar a libertação dos presos políticos. Em consonância com setores da oposição, que vêm Zapatero como aliado de Maduro, Romero o criticou por nunca ter se reunido com o Fórum Penal Venezuelano.
“Estamos dispostos a conversar com quem quer que seja para conseguir a libertação dos detidos por razões políticas, mas de maneira honesta”, disse Romero.
(Com EFE)