O Ministério Público da Venezuela anunciou na segunda-feira, 15, ter prendido novamente o ativista e jornalista Carlos Julios Rojas por suposto envolvimento em um plano de assassinato contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Em uma transmissão na televisão estatal, o procurador-geral do país, Tarek Saab, afirmou que Rojas vai ser acusado de associação ao terrorismo, conspiração e instigação para cometer um crime.
“O Ministério Público informa a detenção de Carlos Julio Rojas, que tinha um mandado de prisão por estar vinculado e diretamente apontado como instigador e operador logístico na tentativa de magnicídio contra o chefe de Estado Nicolás Maduro”, escreveu Saab na plataforma X, antigo Twitter.
De acordo com ele, Rojas estaria envolvido na tentativa de assassinato do dia 25 de março, quando autoridades prenderam dois homens perto de onde Maduro fazia um discurso após se registrar como candidato às eleições presidenciais deste ano. Na ocasião, Saab acusou os dois de “terrorismo” e “tentativa de magnicídio”. Ambos são integrantes do “Vente Venezuela”, partido fundado pela opositora María Corina Machado, que foi proibida de disputar as eleições.
A prisão do ativista é mais uma da recente série de detenções de ativistas e políticos de oposição acusados pelas autoridades por estarem ligados a conspiração contra o governo. Atualmente, há sete membros da equipe de campanha de Machado detidos, e mais outros setes com mandados de prisão. Segundo a ONG Foro Penal, a Venezuela já prendeu 269 políticos.
Rojas é conhecido por fazer campanha contra o governo e por organizar manifestações pacíficas na capital para protestar contra a falta de serviços públicos funcionais ou para exigir melhores pensões. O jornalista coordena a Frente Norte de Caracas e em uma de suas últimas aparições do ativista ocorreu durante a Semana Santa, quando ele organizou a “malhação de Judas” com bonecos parecidos com Maduro. A nova detenção é a terceira da ativista.