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Vice de Milei promete reabrir casos contra guerrilheiros de esquerda dos anos 70

Em evento no Senado argentino, Victoria Villarruel afirmou que Justiça vai responsabilizar acusados por 'terrorismo'

Por Da Redação Atualizado em 28 ago 2024, 15h46 - Publicado em 28 ago 2024, 15h37
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  • A vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, anunciou nesta terça-feira 27 a reabertura de casos de “terrorismo” cometido na década de 1970 por guerrilheiros Montoneros, grupo ligado ao peronismo que lutou contra a ditadura militar (1976-1983). O anúncio ocorreu durante um evento no Senado argentino, convocado por ela, em homenagem ao Dia Internacional em Memória e Tributo às Vítimas do Terrorismo.

    “Reabriremos todos os casos de vítimas do terrorismo para que a Justiça possa fazer o que deveria ter feito há mais de 20 anos”, disse a vice de Javier Milei. “Todos os Montoneros devem ser presos por fazer a nossa nação sangrar.”

    Em um vídeo de abertura, uma série de ataques foram relembrados, desde a explosão da Embaixada de Israel e da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), nos anos 90, até o atentado às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 2001. Também foram retratados os atos de terrorismo em Madri, em 2004, e em Paris, em 2015. Todos equiparados aos mortos e feridos pelos guerrilheiros argentinos. Não houve menção aos crimes, como torturas, mortes e sequestros durante o regime ditatorial, negados pela política ultradireitista.

    + A mensagem irônica de Javier Milei a Alberto Fernández após denúncias de agressão

    “Justiça, verdade e reparação”

    Além da gravação, familiares de vítimas dos Montoneros discursaram no Senado para marcar a data. Entre eles estavam  Claudia Rucci, filha do líder sindical José Ignacio Rucci, morto em 1973; Gloria Paulik, filha do policial Juan Paulik, em 1976; e Luis Czyzewski, pai de Paola, assassinada no ataque à AMIA, em Buenos Aires. Em abril, a Câmara Federal de Cassação Penal da Argentina, o mais alto tribunal criminal do país, culpou o Irã pelo atentado à associação israelita, orquestrado pelo Hezbollah, milícia libanesa apoiada pelo regime dos aiatolás.

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    “Hoje, encontrar-nos no Senado da Nação falando sobre o que queriam silenciar e eliminar é uma conquista imensa, que é apenas mais uma parte do longo caminho rumo à justiça, à verdade e à reparação para as vítimas do terrorismo”, afirmou Villarruel, que também criticou governos de esquerda anteriores.

    “Parecia utópico que houvesse frestas da luz da verdade no muro de escuridão pestilenta que o kirchnerismo construiu ao longo da década mais dolorosa da nossa história”, cutucou.

    Apesar de prometer que “todos” os casos serão levados à Justiça, ela não deu detalhes sobre quais medidas serão aplicadas para que isso se concretize. No passado, magistrados argentinos rejeitaram a reabertura porque os crimes tinham prescrito, já que não se tratavam de atentados à humanidade. Milei, apesar de ser conhecido por levantar dúvidas sobre a opressão da ditadura, também parece ter se afastado do assunto após deputados do seu partido, A Liberdade Avança, terem causado polêmica ao visitar, em julho, torturadores da época do regime.

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