Uma orquestra ucraniana se reuniu nesta quarta-feira (9) na Praça da Independência, em Kiev, para tocar o hino nacional da Ucrânia, em meio aos avanços de tropas russas em direção à capital.
Art Action "Free Sky" : Today, the Kyiv-Classic Orchestra plays a concert on Independence Square in support of the appeal of the people and the President of Ukraine to @NATO and world leaders to close the skies.#CloseTheSky #CloseTheSkyUkraine #UkraineRussianWar pic.twitter.com/MoV3tPP0W0
— Vlad Kushchenko (@vkushchenko) March 9, 2022
Em um pequeno concerto, a Orquestra Sinfônica Clássica de Kiev também tocou trechos da Sinfonia n.º 9 de Ludwig van Beethoven, que deu inspiração ao hino da União Europeia. A escolha da música é simbólica, em uma analogia ao desejo ucraniano de se aproximar da Europa e se afastar da Rússia.
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Dezenas de pessoas se reuniram na praça para acompanhar a orquestra e muitas se emocionaram após a execução do hino nacional, que contém versos que reforçam a ideia de que a Ucrânia ainda não se rendeu. A repórteres que acompanhavam o concerto, o maestro da orquestra, Herman Makarenko, disse que o show foi um pedido de paz.
“Gostaríamos de apoiar o nosso presidente, que tem chamado todos os governos do mundo para nos ajudar a acabar com essa guerra”, disse.
Segundo ele, foi possível reunir apenas cerca de 20 músicos para a apresentação, número bem abaixo do conjunto padrão, que varia entre 65 e 70 profissionais. Por medo do conflito e de um eventual isolamento, muitos ucranianos deixaram não só a capital, mas também o país rumo a nações vizinhas.
De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o número de pessoas que deixaram a Ucrânia desde o início da guerra chegou a 2 milhões.
Nos últimos dias, o alto comissário Filippo Grandi visitou países que têm recebido cidadãos ucranianos, como Polônia, Romênia e Moldávia. Ele comparou o atual momento com as guerras dos Bálcãs, nos anos 1990, que provocaram um fluxo de refugiados entre 2 e 3 milhões de pessoas, mas em um período de oito anos.
“Em outras regiões do mundo, sim, observamos este cenário, mas na Europa é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial”, disse.
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As forças russas seguem em direção à Kiev vindas de várias direções diferentes e sirenes de ataques aéreos foram ouvidos em algumas regiões da capital nesta quarta. No entanto, combates intensos ao redor da cidade têm retardado o avanço das tropas.
Mais de 2.000 civis foram mortos desde o início da invasão russa à Ucrânia, segundo Kiev, e centenas de estruturas, como instalações de transporte, hospitais, jardins de infância e prédios residenciais foram destruídos, relatou o serviço de emergência ucraniano na quarta-feira.
Na última segunda-feira, a Organização das Nações Unidas relatou que há mais de 1.200 pessoas afetadas, sejam mortas ou feridas, desde o início da guerra na Ucrânia. Ao todo, 406 pessoas teriam morrido, segundo levantamento da organização.