Vítimas de abuso sexual processam Vaticano para obter nomes de agressores
Grupo de americanos quer que Igreja abra arquivos com as identidades de padres envolvidos em crimes
Cinco americanos que afirmam ter sido vítimas de abusos sexuais cometidos por padres católicos iniciaram uma ação, nesta terça-feira 15, para exigir que o Vaticano abra seus arquivos e entregue os nomes e os detalhes dos abusos cometidos pelo clero.
Os demandantes “foram prejudicados como resultado da prática e da política da Santa Sé de não reportar suspeitas de abuso infantil às autoridades”, destaca a ação apresentada a um tribunal federal de Minnesota.
“As práticas da Santa Sé de reter, esconder e encobrir a evidência dos crimes de seus agentes e ex-agentes colocaram em risco numerosas crianças e continuam colocando”.
Stephen Hoffman, um dos três irmãos que acionaram o Vaticano, declarou que a intenção é “evitar que algo como isto volte a acontecer”.
“Não quero que ninguém passe pelo que meus irmãos e eu passamos (…). Quero apenas que o Vaticano faça o certo”.
Hoffman e seus irmãos – Luke e Benedict – afirmam que foram abusados sexualmente por Curtis Wehmeyer, um padre detido em 2012 e condenado a cinco anos de prisão pelo mesmo caso, que acabou provocando a renúncia de um arcebispo em 2015.
Outro demandante, Jim Keenan, 51 anos, revelou que foi abusado durante a década de 1970 por um padre cujas ações foram documentadas pela Igreja.
O quinto demandante, Manuel Vega, disse que foi uma das 30 vítimas de um padre mexicano que teria voltado ao seu país de origem após ser acusado de abuso sexual nos Estados Unidos.