Javier Milei deveria chegar ao hotel Mercure, em Balneário Camboriú, onde está hospedado Jair Bolsonaro, neste sábado, 6, às 21h30. O presidente da Argentina é um dos palestrantes mais esperados da CPAC, fórum conservador fundado por Eduardo Bolsonaro, filho 03 do ex-presidente, e sua fala está programada para domingo, 7. Muito antecipada, porém, a visita do chefe da Casa Rosada já era assunto da cidade na véspera, e o atraso de seu voo não desanimou a pequena multidão que o espera em frente ao hotel.
Era 22h30 e Milei não havia chegado. Apoiadores brasileiros do argentino o esperavam há mais de uma hora e meia. Começou a garoar – continuaram firmes, abrindo guarda-chuvas e usando casacos para cobrir a cabeça. Os mais preparados levaram capas de chuva, tudo para ver o ícone da extrema direita chegar.
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De vez em quando, começavam a ecoar alguns gritos – alguém chegava ao Mercure, onde já está Bolsonaro. Primeiro foi Fabricio Oliveira, prefeito de Balneário Camboriú. Depois, Eduardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente do governo bolsonarista. Mais berros, Nikolas Ferreira, deputado federal do PL. Os três estavam na CPAC. Mas os maiores gritos vieram quando chegou um carro preto, sem escolta, e de lá saiu Javier Milei – mas era alarme falso.
O Milei que saiu do carro sem escolta era um dublê brasileiro. Foi o segundo do dia: outro imitador foi sucesso total e completo no fórum conservador. Ele disse a VEJA que anima festas fantasiado e com os trejeitos do líder argentino, bradando seu famoso slogan a todos pulmões: “Viva la libertad, carajo!”
De acordo com o Flight Radar, sítio de rastreamento de voos, o avião de Milei atrasou 40 minutos para partir de Buenos Aires para o Aeroporto de Navegantes. De lá, é mais de uma hora de carro até Camboriú.
Sem aeronave presidencial
Ao que tudo indica, Milei deve viajar em uma aeronave da Força Aérea Argentina, porque ficou sem avião presidencial.
De acordo com o jornal argentino Clarin, a aeronave ficará parada para fazer reparos, após o a secretaria geral da Presidência argentina deixar de renovar duas licitações – uma em março e outra há cerca de duas semanas. Os contratos incluíam uma revisão deixada pelo governo do ex-presidente Alberto Fernández, que previa atualização de US$ 3 milhões do sistema de satélite do avião presidencial, o ARG-01.
Outra questão, ainda segundo o Clarín, é que a aeronave não pode voar desde 26 de junho do ano passado, quando expiraram as extensões autorizadas por órgãos internacionais de aviação. Agora, o governo terá que solicitar um plano de manutenção à Boeing para o avião presidencial e avaliar se convoca uma nova licitação.