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Xangai registra primeiras mortes por Covid-19 desde novo lockdown

Surto na região é o pior na China desde o início da pandemia, mas nenhuma morte tinha sido atribuída a ele até o momento, apesar do alto número de casos

Por Da Redação 18 abr 2022, 11h55
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  • Três mortes por Covid-19 foram registradas em Xangai no último domingo, 17, os primeiros óbitos desde o início do novo confinamento na China. Segundo autoridades sanitárias, as vítimas tinham idade acima dos 85 anos e não tinham completado o esquema vacinal contra a doença.

    As mortes reforçam a preocupação do governo da China com a baixa taxa de vacinação entre pessoas idosas. Em 5 de abril, mais de 92 milhões de chineses com mais de 65 anos, incluindo 20,2 milhões com mais de 80 anos, não estavam totalmente vacinados.

    Autoridades de Xangai relataram 22.248 casos da doença no domingo, incluindo 19.831 assintomáticos. Do total de casos, 1.414 foram detectados fora das instalações de quarentena e isolamento – para onde devem ser enviados todos os casos positivos, exceto os que requerem hospitalização. 

    O surto da variante ômicron na cidade chinesa de mais de 24 milhões de habitantes já infectou pelo menos 320 mil pessoas desde março. É o pior surto na China desde o início da pandemia, no entanto, nenhuma morte tinha sido atribuída a ele, apesar do alto número de casos. 

    Numa tentativa de conter o avanço da Covid-19, Xangai adotou uma política de tolerância zero contra o vírus, impondo restrições de deslocamento à população. Cidadãos chineses estão sendo enviados em massa para instalações de isolamento ou foram instruídos a ficar em suas casas. A cidade sugeriu que considerará o surto contido quando não houver novos casos encontrados fora de prédios ou áreas em quarentena.

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    O banco japonês Nomura estima que cerca de 400 milhões de pessoas estão trancadas em casa na China. A instituição alertou que o lockdown em 45 cidades chinesas afeta cerca de um terço da população – e cerca de US$ 7,2 trilhões (R$ 34 trilhões) do PIB anual do país.

    + China arrisca recessão (e afetar a economia mundial) devido a lockdowns

    Em um mundo onde reinam práticas mais suavizadas para combater o coronavírus, especialmente em países onde a vacinação é generalizada, as práticas de Xangai, que se assemelham às do início da pandemia, foram criticadas por moradores e por outros países. A mais controversa foi separar dos pais as crianças que contraíssem Covid-19.

    Na última terça-feira, 12, os Estados Unidos instruíram todos os seus funcionários não essenciais e familiares a deixarem o consulado de Xangai, em reprovação à maneira como a China está lidando com o novo surto da doença.

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    Os efeitos das medidas sanitárias levaram os economistas a revisar para baixo expectativas para a produção econômica da China este ano. Segundo o jornal americano The New York Times, um economista chegou a prever que a China poderia entrar em recessão nos próximos meses.

    Apesar da pressão internacional, Pequim hesita em ceder. Na semana passada, Xangai começou a afrouxar o bloqueio em algumas partes da cidade e concedeu certo grau de liberdade a moradores de bairros sem casos positivos há duas semanas. Ainda assim, não é permitido entrar ou sair de bairros em lockdown.

    Para autoridades chinesas, a situação em Xangai é preocupante.

    “A epidemia está em uma fase de rápido aumento, com a transmissão em comunidades ainda não sob controle efetivo”, disse Lei Zhenglong, da Comissão Nacional de Saúde, em um briefing em Pequim na terça-feira 12. “A previsão para os próximos dias é que o número de infetados se mantenha num nível elevado”, completou.

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