O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que os ucranianos estão morrendo por todos os europeus na guerra contra a Rússia, nesta quarta-feira, 9, em entrevista ao jornal alemão Bild.
Ao comentar sobre uma possível inclusão na União da Europeia, ele disse aos países que não aceitam a Ucrânia no bloco: “O que está acontecendo conosco agora também pode acontecer com vocês. E isso é muito importante para mim. Nós morremos por vocês também”.
Em um vídeo transmitido em seu canal no Telegram, Zelensky disse ainda que as tropas russas “passaram dos limites” ao atacar uma maternidade em Mariupol nesta quarta-feira, 9. Ao menos 17 pessoas teriam se ferido na tragédia, que o chefe de estado ucraniano classificou como uma “atrocidade”.
Segundo o governo ucraniano, quase 1.200 moradores da cidade já morreram desde o começo da invasão, em 24 de fevereiro. O líder ucraniano ainda acusou o governo de Vladimir Putin de genocídio e pediu que a comunidade europeia condene os “crimes de guerra da Rússia”.
“Europeus, vocês não podem dizer que não viram o que aconteceu com os ucranianos… Vocês viram, vocês sabem, então vocês devem fortalecer as sanções contra a Rússia para que ela não tenha mais a oportunidade de continuar esse genocídio”, disse Zelensky.
A Ucrânia pediu para integrar a União Europeia quatro dias após o começo do conflito e solicitou que o país fosse admitido no bloco urgente. A resposta do Parlamento Europeu foi que a Ucrânia ganhasse status de membro da União Europeia.
De acordo com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o pedido da Ucrânia será discutido “nos próximos dias”.
“A União Europeia se posiciona com firmeza junto aos esforços da Ucrânia para aliviar sofrimentos humanitários infligidos pela agressão russa e para garantir segurança nuclear”. acrescentou.
Na segunda-feira, 7, o porta-voz do governo russo informou as condições para que a Rússia acabasse com as operações militares na Ucrânia. Entre elas, Putin exigiu que a Ucrânia mude sua Constituição para a neutralidade, de forma que nunca integrasse a Otan e nem a União Europeia.
Além disso, também foi exigido que a Ucrânia reconheça a independência das regiões de Donetsk e Luhansk, além de enxergar a Crimeia como um território russo.
Em outra entrevista recente para o canal americano ABC, Zelensky afirmou que “amenizou a situação com a Otan”, e que sobre o reconhecimento das regiões separatistas, “a situação é mais complicada” do que parece.