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Zelensky critica plano de Elon Musk para o fim da guerra na Ucrânia

Líderes globais reagiram à enquete lançada pelo bilionário, que sugeria a adesão de territórios ucranianos a Moscou

Por Da Redação 4 out 2022, 11h05

Acostumado a se envolver em polêmicas, o excêntrico bilionário Elon Musk dessa vez entrou em uma disputa online com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao lançar seu “plano de paz” para a guerra entre Rússia e Ucrânia.

+ Zelensky assina decreto que exclui qualquer negociação com Putin

Em uma publicação no Twitter na segunda-feira, 3, o empresário sugeriu que votações sobre a adesão à Rússia fossem realizadas em regiões ocupadas por forças separatistas, sob a supervisão das Nações Unidas (ONU). “A Rússia sai se essa for a vontade do povo”, escreveu Musk.

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A proposta faz referência aos recentes referendos realizados por autoridades pró-Rússia nas autodeclaradas repúblicas de Donetsk e Luhansk, no leste, e em partes de Kherson e Zaporizhzhia, no sul do país. As consultas públicas são consideradas ilegais sob a lei internacional e foram condenadas como uma “farsa” pelo governo da Ucrânia e seus aliados no Ocidente.

+ Rússia declara vitória em referendos ‘ilegais’ na Ucrânia

O dono da empresa automobilística Tesla também apoiou o reconhecimento formal da península da Crimeia, controlada por Moscou desde 2014, como parte do território russo e que o abastecimento de água à região fosse garantido.

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Entre as sugestões do magnata também estava a de que a Ucrânia permanecesse com status de nação neutra, o que impediria sua adesão à OTAN, aliança militar liderada pelos Estados Unidos.

Os comentários de Musk, classificado como a pessoa mais rica do mundo pela revista Forbes, foram alvo de críticas do presidente ucraniano, que pressionou que o bilionário a escolher seu lado na guerra.

+ Rússia perde controle total das quatro regiões ucranianas anexadas

“Qual opção você gosta mais, Elon Musk?”, provocou o líder ucraniano, lançando sua própria enquete na rede social com as alternativas de apoio à Ucrânia ou à Rússia”.

O assessor presidencial ucraniano Mykhaylo Podolyak  também reagiu à publicação do dono da SpaceX, sugerindo um “melhor plano de paz” que incluía a recuperação de territórios por Kiev, incluindo a Crimeia. Podolyak também inseriu em sua proposta que a Rússia fosse “desmilitarizada e desnuclearizada e que “criminosos de guerra” russos enfrentassem um tribunal internacional.

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O embaixador ucraniano na Alemanha, Andrij Melnyk, inflamou a discussão, replicando de forma mais contundente ao bilionário.

“Cai fora é minha mensagem diplomática para você, Elon Musk” provocou Melnyk, que acrescentou que ucranianos nunca comprariam os produtos de sua fábrica de automóveis.

Outros líderes europeus também manifestaram sua oposição ao plano de Musk.

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“Quando alguém tenta roubar as rodas do seu [carro] Tesla, isso não os torna proprietários legais do carro ou das rodas. Mesmo que afirmem que ambos votaram a favor”, argumentou o presidente da Lituânia, Gitanas Nausėda em resposta ao tweet do magnata.

Defendendo-se das críticas, Musk afirmou não se importar se sua proposta fosse considerada impopular, argumentando que o objetivo deveria ser  poupar a vida de “milhões de pessoas possam morrer desnecessariamente por um resultado essencialmente idêntico”.

Apesar da polêmica com líderes ucranianos, em fevereiro, o empresário teve interações bem mais amigáveis com o governo de Kiev no início do conflito. Em fevereiro, Musk ofereceu ajuda no fornecimento do serviço de banda larga quando a internet da Ucrânia foi interrompida após a invasão da Rússia.

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