O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que discutiria a paz amanhã caso a Rússia se retirasse de todo o território ucraniano, mas afirmou que Vladimir Putin não encerraria a guerra entre os países, e que ele deve ser parado “de qualquer maneira que pudermos”, seja por meios militares ou diplomáticos. A declaração foi dada durante a Cúpula da Paz Pela Ucrânia, que aconteceu neste final de semana na Suíça, informou a BBC.
O evento reuniu mais de 90 países com o objetivo de angariar apoio para o fim do conflito. A Rússia não foi convidada e a China, seu maior aliado, não compareceu, o que levantou questionamentos sobre a eficácia da reunião. Ao final, a maioria dos líderes aderiram a um documento que reforça o apoio à integridade territorial da ucrânia e pede a restauração do controle ucraniano sobre a central nuclear de Zaporizhzhia, atualmente ocupada pela Rússia. Vários países participantes, no entanto, incluindo Índia, África do Sul e Arábia Saudita, não assinaram o documento, encerrando o evento sem consenso.
Na sexta-feira, 14, Putin disse que concordaria com um cessar-fogo se a Ucrânia retirasse as tropas de quatro regiões que a Rússia ocupa parcialmente, e afirma ter anexado. Na cúpula, líderes rejeitaram a condição: Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, chamou o plano do presidente russo de “propaganda”, e afirmou que a ideia, na verdade, sugere que “a Ucrânia deve se retirar da Ucrânia”. Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou a condição como uma “paz ditatorial”, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, acusou Putin de “tecer uma narrativa falsa sobre a sua vontade de negociar”.
Ainda no evento, Zelensky disse que a ajuda ocidental não foi suficiente para vencer a guerra, mas afirmou que a cúpula demonstrou que o apoio internacional à Ucrânia não está enfraquecendo. O presidente ucranino também afirmou que quer “dar uma chance à diplomacia” e que os resultados do evento serão comunicados a Moscou “para que na segunda cúpula de paz se possa fixar o verdadeiro fim da guerra”.