A Coreia do Sul anunciou no domingo 6 que vai impor algumas das regras de distanciamento social mais rigorosas desde o início da pandemia, alterando a rotina da capital Seul a partir da terça-feira, 8. As medidas foram tomadas devido a aumentos no número de casos registrados do novo coronavírus, os maiores desde fevereiro.
Nesta segunda-feira, o país relatou 615 novas infecções, o 30º dia consecutivo de saltos diários de três dígitos, e o vírus parece estar se espalhando mais rápido. Nos últimos 10 dias, foram detectadas mais de 5.300 novas infecções – a maioria na área metropolitana de Seul, onde metade dos 51 milhões de sul-coreanos vivem. Os casos mais recentes elevam o total do país para 38.161, incluindo 549 mortes.
“A área da capital agora é uma zona de guerra contra a Covid-19”, disse o ministro da Saúde, Park Neung-hoo, pedindo que os cidadãos se comprometessem com as novas restrições.
A partir de terça-feira serão proibidas reuniões de 50 pessoas ou mais e estabelecimentos não-essenciais, como academias e karaokês, serão fechados. Cerimônias religiosas deverão ser transmitidas online e o limite de alunos dentro de salas de aula será mais rígido. Além disso, embora restaurantes ainda estejam abertos ao público, a orientação é para evitar comer fora de casa e não realizar encontros sociais não essenciais.
A decisão foi tomada depois que o governo anunciou no sábado 5 um toque de recolher de duas semanas às 21h locais para a maioria dos estabelecimentos e redução de 30% da capacidade do transporte público à noite.
Tais medidas não têm precedentes, já que o país teve relativo sucesso no combate ao coronavírus por meio de um programa intenso de rastreamento de contatos. Críticos do presidente Moon Jae-in dizem que o líder pecou ao reduzir as restrições de distanciamento social rápido demais, de modo a aumentar sua popularidade.
Atualmente, a Coreia do Sul tem um número recorde de 7.873 casos ativos de Covid-19, segundo a Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças, aumentando o risco de falta de leitos hospitalares.
“Estamos em uma situação muito perigosa”, disse Park. “No momento, [os casos] estão excedendo o nível que podemos controlar em nosso sistema hospitalar”, completou.
O ministro da Saúde afirmou que novos leitos estão sendo adicionados, mas se a tendência continuar, o país poderá ter uma sobrecarga.
As restrições em Seul e algumas áreas vizinhas vão durar pelo menos três semanas, até o final de dezembro. Outras áreas do país também terão regras mais rígidas, segundo Park, mas não tanto quanto as da capital.