O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pedirá nesta terça-feira desculpas pelo vazamento de milhões de dados da rede social para consultoria Cambridge Analytica durante uma audiência no Congresso dos Estados Unidos. Segundo o depoimento preparado por Zuckerberg, vazado nesta segunda-feira à imprensa americana, o diretor do Facebook assumirá a responsabilidade pelos erros e pedirá desculpas.
Zuckerberg irá a três comitês do Congresso americano – dois do Senado e um da Câmara de Representantes – para responder às perguntas dos congressistas sobre o escândalo de dados para a Cambridge Analytica e outros assuntos.
No Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes, Zuckerberg assumirá a responsabilidade pelo vazamento de dados, pelas notícias falsas divulgadas nas redes sociais e a interferência da Rússia nas eleições de vários países.
“Está claro agora que fizemos o suficiente para prevenir que essas ferramentas fossem usadas para causar prejuízo. Isso engloba notícias falsas, interferência estrangeiras em eleições, discurso de ódio e privacidade de dados”, dirá Zuckerberg na audiência.
“Não tivemos uma visão o suficientemente ampla de qual era a nossa responsabilidade e isso foi um grande erro. Foi meu erro e peço desculpas. Comecei o Facebook, o administro e sou responsável pelo que ocorre por lá”, afirmará o executivo-chefe da empresa.
Além disso, Zuckerberg reconhecerá que a companhia reagiu de maneira lenta à interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016, algo negado pelo Kremling e investigado nos EUA pelo promotor especial Robert Mueller.
O depoimento cita a empresa Internet Research Agency, com sede em São Petersburgo, acusada por Mueller de colher dados de cidadãos americanos.
Pela primeira vez, Zuckerberg revelará amanhã que essa empresa russa “atuou repetidamente de maneira enganosa”, tentando manipular cidadãos da Europa, EUA e Rússia. Para o executivo-chefe do Facebook, a empresa atingiu 126 milhões de pessoas com uma única página na rede. No Instagram, foram 20 milhões.
Zuckerberg também falará no depoimento de algumas das eleições de 2018, como as de Brasil e México, e afirmará que o Facebook está trabalhando para evitar novos incidentes.