A disputa nos bastidores da AGU pela cadeira de Jorge Messias
A vaga ainda não está aberta, mas internamente pelo menos quatro nomes já são apresentados como candidatos à sucessão
Mesmo com as conhecidas pedras no caminho que impõem a Jorge Messias um intenso beija-mão no Senado para tentar ser confirmado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na AGU o clima já é de disputa para suceder ao indicado de Lula na autarquia responsável por defender os interesses da União no Poder Judiciário.
Quatro nomes são apontados como possíveis advogados-gerais da União caso Messias de fato seja confirmado como sucessor de Luís Roberto Barroso e o governo preencha sua vaga com uma solução caseira. Entre os cotados estão:
- Flavio Roman, atual AGU substituto e procurador do Banco Central;
- Isadora Cartaxo, advogada da União, atual secretária-geral de Contencioso e responsável pelas ações da AGU no STF;
- Clarice Calixto, advogada da União e atual procuradora-Geral da União; e
- Anelize Almeida, atual procuradora da Fazenda Nacional e com bom trânsito junto ao ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Conforme mostra a edição de VEJA que chega neste fim de semana às bancas e plataformas digitais, o adiamento da sabatina de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, originalmente agendada para o dia 10, ocorreu diante da falta de certeza tanto da equipe de Alcolumbre quanto da de Messias se havia votos suficientes para barrar ou aprovar o nome escolhido por Lula para o STF.
A despeito de aliados do senador contabilizarem ter cerca de 60 votos, ambos os lados detectaram também traições internas de senadores tanto do PL, que de público dizem ser contra o candidato, quanto do PT, partido do presidente. Interlocutores do Palácio do Planalto defendem que, se Lula conseguir destravar o impasse com o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) em reunião prevista para os próximos dias, a sabatina seja feita ainda este ano, no dia 17 de dezembro. O líder do governo Randolfe Rodrigues disse, no entanto, que é mais provável que a inquirição de Messias no Senado só tenha um desfecho em 2026.
Alçado ao noticiário nacional quando a Lava-Jato revelou uma conversa telefônica em que a então presidente Dilma Rousseff orientava Lula a tomar posse como chefe da Casa Civil para garantir a ele foro privilegiado, Messias, de apenas 45 anos, foi escriturário da Caixa, procurador do Banco Central, subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência e procurador da Fazenda Nacional, cargo no qual seguiu carreira até chegar ao posto de advogado-geral da União no terceiro mandato de Lula.
Portador do documento que, em 2016, por pouco não blindou o petista da caneta do então juiz Sergio Moro, sempre orbitou o campo da esquerda e, evangélico, é aposta do presidente para construir pontes junto ao segmento que hoje flerta e vota em políticos alinhados a Bolsonaro. Quase dez anos depois do grampo, prepara-se para o maior passo da carreira. Um caminho cheio de percalços idealizados pelo senador Alcolumbre.
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