A Lava-Jato avança, a corrupção aparece e o barulho só aumenta
Na nova edição de VEJA, as revelações da delação de Palocci, o cerco fechado em torno da JBS e a nova denúncia contra Temer
O PowerPoint em que todas as flechas apontam para Lula virou piada nacional por sua inconsistência, mas nem por isso o ex-presidente pareceu inocente da enormidade de acusações que lhe são feitas e que, agora, ganham o reforço notável do ex-ministro Antonio Palocci. Outra imagem no mesmo formato, divulgada na semana passada, coloca o presidente Michel Temer no centro do comando de uma organização criminosa que ganhou o apelido aumentativo de “quadrilhão”. Ao mesmo tempo, um dos mamutes do mundo dos negócios, a JBS, gigante mundial de carne processada, perde seus dois principais acionistas para a prisão, numa sugestão de que, sob o comando dos irmãos Batista, a empresa se tornou, ela mesma, uma espécie de quadrilha.
A proliferação de grupos criminosos organizados no ponto mais alto do poder nacional não cessa de provocar espanto entre os brasileiros e, naturalmente, produz crescentes protestos contra a Lava-Jato, a investigação que, nas indignadas palavras dos suspeitos, “nunca termina”. Pode parecer um paradoxo que, quanto mais profundas ficam as investigações, mais se ouvem críticas ao trabalho do Ministério Público, sobretudo do procurador-geral Rodrigo Janot, que encerra agora seu mandato.
É, no entanto, um sintoma próprio da patologia criminal em que vivemos. A Lava-Jato nunca chegou tão longe e, quanto mais longe chegar, mais barulho haverá de provocar.
Na edição de VEJA desta semana, disponível a partir de sexta-feira, o leitor poderá conferir a extraordinária extensão que as investigações atingiram sobre o envolvimento do presidente Michel Temer no propinoduto peemedebista, os meandros da incandescente delação da JBS e, por fim, a lama em torno do ex-presidente Lula, segundo novo capítulo da delação do ex-ministro Antonio Palocci.