‘A reclamação conecta’, diz Bia Granja, especialista em cultura digital
Para fundadora do YOUPIX, sexta entrevistada do fórum Amarelas ao Vivo, a queixa é uma 'cola' mais forte do que ser alegre
Por Guilherme Venaglia
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Atualizado em 4 jun 2024, 17h35 - Publicado em 24 abr 2018, 13h31
O editor especial de VEJA Daniel Bergamasco entrevista a fundadora do YouPix, Bia Granja, durante o fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
Cofundadora do YOUPIX, hub de tecnologia e conteúdo digital, Bia Granja foi a sexta entrevistada do fórum Amarelas ao Vivo, evento promovido por VEJA com o tema “Como as redes sociais e as fake news afetarão as eleições, o Brasil e você”.
Para ela, parte da noção de que existem muitas publicações negativas nas redes sociais é porque “as pessoas se conectam”. “A reclamação conecta, é uma ‘cola’ mais forte do que ser alegre.”
De acordo com a especialista em cultura digital, é mais ou menos a mesma lógica que se aplica ao sucesso na internet do deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência pelo PSL. “Quanto mais radical você for, mais as pessoas vão te dar suporte. Talvez o que o Bolsonaro também tenha é o fato de passar as mensagens de uma forma muito simples”, argumentou.
A respeito das notícias falsas, Bia afirma que elas estão diretamente associadas à reprodução dos conceitos que norteiam as ideias de quem as compartilham.
“As fake news têm muito a ver com a nossa identidade, com o que nós queremos e o que nós identificamos que seja o fato”, argumenta. Para Bia, trata-se de um crescimento do “protagonismo” do usuário na web. “A internet e as redes sociais trouxeram para o ser humano um protagonismo que ele nunca teve. As redes deram voz e acabaram com a hierarquia financeira de quem pode falar. As pessoas gostam muito disso.”
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Dentro desse contexto, o compartilhamento de notícias falsas está relacionado à sensação de comunidade e pertencimento que as novas mídias permitem com outras pessoas que pensam igual a elas mesmas. “Você poder se conectar com pessoas que têm interesses parecidos aos seus é muito especial”, explica.
1/32 O diretor de redação de VEJA, André Petry, abriu a segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, que ocorreu nesta terça 24, em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
2/32 Com o tema "Como as redes sociais e as fake news afetarão as eleições, o Brasil e você", o Amarelas ao Vivo teve como primeiro entrevistado do dia Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
3/32 Luiz Fux, ministro do STF e presidente do TSE, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Policarpo Junior - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
5/32 Um dos alvos preferidos de fake news, o ministro do STF Gilmar Mendes foi o segundo entrevistado do dia no fórum Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
6/32 O ministro do STF Gilmar Mendes foi entrevistado pelo diretor de redação de VEJA, André Petry - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
9/32 O consultor político equatoriano Jaime Durán Barba falou sobre a estratégia digital da campanha presidencial de Mauricio Macri, na Argentina - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
10/32 Jaime Durán Barba foi entrevistado pela redatora-chefe de VEJA Thaís Oyama - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
12/32 Um dos responsáveis pela campanha vitoriosa de Emmanuel Macron à Presidência da França, o estrategista político Guillaume Liegey foi um dos entrevistados do fórum Amarelas ao Vivo em São Paulo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
13/32 Liegey foi entrevistado pelo colunista de VEJA Ricardo Noblat - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
15/32 O jornalista Ricardo Boechat foi entrevistado sobre a relevância do jornalismo profissional no combate às fake news - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
16/32 Ricardo Boechat foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA Fábio Altman - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
21/32 "Como os boatos atingem o caixa da sua empresa" foi o tema da entrevista do publicitário Nizan Guanaes no Amarelas ao Vivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
22/32 Nizan Guanaes, fundador do Grupo ABC, foi entrevistado pelo redator-chefe de VEJA e titular da coluna Radar, Mauricio Lima - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
24/32Coordenador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado foi entrevistado sobre o quanto as redes sociais irão impactar as eleições - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
25/32 Pablo Ortellado falou com a colunista de VEJA Dora Kramer - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
27/32 Na segunda edição do fórum Amarelas ao Vivo, o infectologista David Uip foi entrevistado sobre o veneno das notícias falsas sobre saúde - 24/04/2018 (Antonio MIlena/VEJA.com)
28/32 Uip foi entrevistado pela editora de VEJA Adriana Dias Lopes- 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA)
30/32 Acioli Cancellier de Olivo falou sobre o suicídio do irmão, o ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
31/32 Acioli Cancellier de Olivo falou com o colunista de VEJA Augusto Nunes - 24/04/2018 (Antonio Milena/VEJA.com)
Ela foi entrevistada pelo editor especial de VEJA, Daniel Bergamasco, no evento que reproduz em palco as tradicionais Páginas Amarelas da revista impressa. Ela também é curadora da Campus Party Brasil, um dos maiores encontros sobre inovação no Brasil.
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Conselheira digital de diversas marcas, Bia Granja defende não se tratar de quantidade de dinheiro investido a receita para o sucesso de campanhas. “Não adianta ter um investimento gigantesco porque, se você não tiver o que comunicar, não vai dar certo. Você compra espaço e audiência, mas não compra relevância.”
A especialista falou aos presentes sobre o tema dos influenciadores digitais, pessoas que se destacam nas redes sociais e se tornam referência para seus espectadores, como é o caso dos youtubers. Ela ressaltou que é possível, sim, “ganhar muito dinheiro” com esse tipo de trabalho, mas que não é algo simples e que as exigências são grandes.
“Isso é algo aspiracional. Eu não vou ser o Neymar, porque eu não jogo bola, não namoro a Bruna Marquezine e não ganho o que ele ganha, mas eu o admiro. E não é que eu quero ser ele, é como se eu já fosse, como se essa pessoa fosse a mesma pessoa que eu. Gosto de você, mas é como se eu gostasse de mim. Existe uma identidade entre quem produz e quem consome”, concluiu.
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