Acusado de assédio, vereador quadruplicou patrimônio em 2 anos
Candidato a deputado federal pelo Rio é alvo de um processo de cassação, acusado de abusar de mulheres – algumas menores de idade

Envolvido em denúncias de assédio sexual e alvo de um processo de cassação na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) quadruplicou seu patrimônio em um intervalo de apenas dois anos. Segundo a Justiça Eleitoral, o parlamentar declarava em 2020, quando se elegeu vereador, ter bens que estimava em cerca de R$ 101,1 mil. Agora, no momento que pretende disputar uma vaga a deputado federal, o ex-PM revelou ter um patrimônio avaliado em mais de R$ 428 mil. O salário de um vereador no Rio é de R$ 14,3 mil.
A candidatura de Monteiro à Câmara dos Deputados não está garantida. Seu projeto político vai depender da decisão do Conselho de Ética do legislativo do Rio e também da agilidade da Justiça Eleitoral. Caso o registro seja aprovado antes, Monteiro poderá concorrer.
Na terça-feira, 2, o relator do processo, o vereador Chico Alencar, defendeu a cassação do parlamentar e acusou Monteiro de ter praticado “atitudes gravíssimas”. O ex-PM tem até o dia 9 para apresentar suas alegações. Em seguida, o Conselho de Ética e seus sete integrantes terão de se reunir novamente para analisar o relatório e votar, decidindo ali as punições que serão recomendadas para o vereador. Por último, o caso segue para votação em plenário.
Gabriel Monteiro foi o terceiro vereador mais votado do Rio em 2020. Na prestação de contas que apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) naquele ano, o ex-PM declarou ser dono de um veículo avaliado em R$ 21,5 mil e uma conta corrente com saldo de R$ 79,6 mil.
Para as eleições de 2022, o vereador informou à Justiça Eleitoral ter comprado outros carros e ampliado suas aplicações financeiras. Atualmente, o ex-PM possui três veículos: um avaliado em R$ 190 mil, outro em R$ 20 mil e um terceiro, em R$ 60 mil. Fora isso, possui aplicações e investimentos que chegam a R$ 49,6 mil, quotas de R$ 5 mil em uma participação societária, uma poupança com R$ 14,2 mil e um saldo em conta corrente de R$ 89,1 mil.
Procurado, o vereador não quis se manifestar.