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Advogada é condenada a pagar R$ 300 mil à Prevent Senior por fala em CPI

Juiz considerou que Bruna Morato não apresentou provas para sustentar acusações de que diretores da operadora eram 'criminosos' por conduta na pandemia

Por Da Redação 28 fev 2023, 22h42

A Justiça de São Paulo condenou nesta terça-feira, 28, a advogada Bruna Mendes dos Santos Morato a pagar R$ 300 mil por danos morais à operadora de saúde Prevent Senior.

Na sentença, o juiz Gustavo Coube de Carvalho considerou que Bruna Morato não apresentou provas para sustentar suas acusações: “Sem isso, a conduta da ré mostrou-se ilícita e pode ser qualificada como tentativa de assassinato de reputação de empresa de grande porte. O dano moral daí advindo é evidente, além de demonstrado pela grande repercussão, na imprensa e mídias sociais, das ofensas e acusações propaladas”.

A advogada depôs na CPI da Pandemia no Senado em 2021 como representante de médicos que tinham se desligado da Prevent Senior, e afirmou, entre outras coisas, que os diretores da operadora eram “criminosos” que atuavam como “milícias” e como “máfias”.

Segundo a advogada, a operadora perseguia e ameaçava seus profissionais. Bruna Morato disse que a Prevent submetia pacientes internados com Covid a experimentos com remédios de eficácia não comprovada, como a hidroxicloroquina, e que participava de uma “trama macabra”que tirava “a oportunidade que essas pessoas [infectadas pelo coronavírus] tinham de sobreviver”.

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O juiz Gustavo Coube de Carvalho afirmou ainda que as manifestações da advogada “estão longe de caracterizar liberdade de expressão”, já que, sem provas, “a ré atribuiu à empresa condutas infamantes e definidas como crime”. Segundo o magistrado, a condenação tem “o duplo objetivo de atenuar o dano e desestimular a reiteração da conduta”. Cabe recurso da decisão.

Em sua defesa, Bruna Morato afirmou que a Prevent Senior tentava “inverter a posição das partes na história” depois de ter atuado como “cúmplice do governo federal para difundir o uso da cloroquina”. Ela lembrou ainda que a operadora era investigada em diversos órgãos e que mais de dez de seus funcionários, diretores e sócios tinham sido indiciados “inclusive por crimes contra a humanidade”.

O advogado da Prevent Senior, Alexandre Fidalgo, afirma que “ninguém pode ficar impune apenas valendo-se do argumento da liberdade de expressão ou crítica”, e que “a divulgação de mentiras e ofensas” tem “consequências civis e penais”.

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