Indicado pelo grupo do Centrão para ser o candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), o empresário Josué Gomes (PR) divulgou uma nota na tarde desta sexta-feira, 20, afirmando que “agradece a confiança que as lideranças depositam em meu nome”.
Ele disse que “recebeu com responsabilidade essa possível indicação” e afirmou que, quando retornar de uma viagem ao exterior, vai se “inteirar dos encaminhamentos feitos pelos partidos, para que possa tomar uma decisão”.
Josué citou o pai, José Alencar, que foi vice-presidente durante os dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Relembro o meu saudoso pai, que dizia que o importante na chapa é quem a encabeça. E acrescentava: ‘Vice não manda nada e deve evitar atrapalhar”.
Acordo
Nesta quinta-feira, as lideranças dos cinco partidos que compõem o bloco – o PR, de Josué, DEM, PRB, Solidariedade e PP – decidiram apoiar a candidatura do PSDB ao Planalto. Nas próximas semanas, durante as convenções, as legendas devem referendar a decisão.
Um dos temas da conversa foi a vaga de vice, que ficará com o grupo e deve ser entregue ao empresário. Presidente do PSD, primeiro partido a aderir a Alckmin, o ex-prefeito Gilberto Kassab confirmou a VEJA o aval da legenda ao acordo. “É um excelente nome”, disse.
Ouvido pela reportagem, um influente líder tucano do Nordeste afirmou que a bancada está disposta a abrir mão de o parceiro de Alckmin ser da região, mas brincou sobre a chapa: “A política do café com leite sempre foi forte”.
Os outros dois nomes que chegaram a ser cotados para a vaga, o ex-ministro da Educação Mendonça Filho e o prefeito de Salvador ACM Neto, ambos do DEM, estavam em um evento com Alckmin nesta sexta e não demonstraram mágoas com a escolha. ACM ficará na prefeitura, enquanto Mendonça deve disputar uma vaga no Senado por Pernambuco.
Íntegra da nota de Josué Gomes
Em viagem de trabalho ao exterior, tomei conhecimento da decisão do Partido da República (PR), ao qual sou filiado, de, juntamente com o DEM, PP, PRB e Solidariedade, apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, sugerindo o meu nome como possível vice da chapa. Relembro o meu saudoso pai, que dizia que o importante na chapa é quem a encabeça. E acrescentava: “Vice não manda nada e deve evitar atrapalhar”.
De minha parte, creio firmemente que uma coligação deva estar baseada em programas e ideias que projetem os rumos a serem seguidos pelo Brasil. Recebi com responsabilidade essa possível indicação. Agradeço a confiança que as lideranças depositam em meu nome. No meu retorno, procurarei inteirar-me dos encaminhamentos feitos pelos partidos, para que possa tomar uma decisão.