Alckmin ataca Lula e diz que coragem do PSDB ‘mudará o Brasil’
Escolhido como novo presidente do PSDB, governador fez um duro discurso contra o petista, que está na frente nas pesquisas eleitorais
Pouco depois de assumir a presidência nacional do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fez um forte discurso para encerrar a convenção nacional do partido. Ele fez fortes ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atribuindo ao petista a responsabilidade pela “maior recessão da nossa história” e disse que agora ele quer “voltar à cena do crime” com a sua candidatura.
Em nada menos que quatro vezes, Alckmin foi taxativo: “as urnas os condenarão [petistas]”. Sobre o atual momento do país, ele avalia que “o Brasil vive uma ressaca depois que a ilha da fantasia petista acabou”.
Presidente nacional do partido em uma chapa de coalizão e eleita com quase inteira unanimidade, por 470 votos a 3, Alckmin buscou passar uma impressão de unidade para a legenda. Citando uma frase de Santo Agostinho, disse que “a esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem. A indignação e a coragem do PSDB mudarão o Brasil”.
Ele ainda saudou seis legendas que enviaram representantes para a convenção do PSDB — PTB, PPS, PSD, PSC, PSB e PR —, e devem compor a coligação que irá ser formada para a eleição em 2018.
Em seu discurso, o governador também defendeu a reforma da previdência, dizendo ser uma “bandeira histórica do histórica”. A sigla ainda não fechou questão sobre o tema — dos 46 deputados, 12 disseram que são contra mexer no sistema da Previdência, 10 se mostraram indecisos e 16 não quiseram responder.
Ao fim do evento, Geraldo Alckmin, que foi aclamado pelos militantes tucanos como “futuro presidente do Brasil”, disse ser legítima a pré-candidatura do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Apesar da aparente união do PSDB em torno do nome de Alckmin, o amazonense anunciou na convenção que mantém seu nome como candidato e que fará prévias contra o governador paulista.
A ascensão do governador faz parte de um acerto combinado entre os caciques da sigla para unificar o partido, que estava dividido entre os grupos políticos do senador Tasso Jereissati (CE) e do governador de Goiás, Marconi Perillo — os dois chegaram a se lançar como candidatos à presidência do PSDB, mas desistiram. Pelo arranjo, Perillo assume a primeira vice-presidência da sigla, o que o levará ao comando da sigla quando Alckmin se licenciar para disputar a presidência da República.