Alinhado a Alckmin, Doria garante prévias do PSDB em março
Votação interna para definir candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes ocorrerá antes do prazo de desincompatibilização de atual prefeito para disputa
O PSDB decidiu que as prévias tucanas para o governo de São Paulo ocorrerão no próximo dia 18 de março – se necessário, será feito um segundo turno sete dias depois, no dia 25. Formalmente, os três pré-candidatos tucanos são o ex-senador José Aníbal, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, e o cientista político Luiz Felipe D’Avila, mas quem se deu bem com a decisão foi o prefeito de São Paulo, João Doria.
Desde o final do ano passado, Doria articula nos bastidores para suceder o governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas enfrentou nas últimas semanas uma dificuldade interna: os três pré-candidatos declarados conseguiram mudar a data inicial das prévias, que seriam no próximo dia 4, e pretendiam postergar a definição até depois do dia 7 de abril. Nesse cenário, João Doria seria obrigado a renunciar à Prefeitura sem nem ter a certeza de disputar o Palácio dos Bandeirantes.
A coluna Radar antecipou a tendência que levou a essa decisão, com Alckmin desistindo do namoro com a pré-candidatura do vice-governador Márcio França (PSB), alinhando seu discurso ao de Doria e se mostrando favorável às prévias em março. Na reunião em que a votação interna foi marcada, o governador evidenciou a mudança de discurso: “Temos as maiores bancadas de deputados estaduais, federais e vereadores, o maior número de prefeitos e uma gestão muito bem avaliada no Governo de São Paulo. Não faria sentido abdicar da nossa responsabilidade de continuar apresentando propostas para o nosso estado.”
A partir de agora, revive uma situação parecida com a que viveu dois anos atrás. Novamente tem pela frente a pré-candidatura de um nome forte no tucanato – José Aníbal – e precisa do apoio do governador para garantir a vitória na decisão interna. Em 2016, foi graças à força interna de Alckmin que conseguiu derrotar o então vereador Andrea Matarazzo e se tornar o nome do partido na disputa municipal.
Em entrevistas a VEJA, os outros dois postulantes – Pesaro e D’Avila – colaram suas candidaturas aos planos presidenciais do atual governador, de forma a dificultar suas permanências na disputa caso Alckmin pose ao lado de outro candidato. De toda forma, ainda é incerto o grau de atuação que o governador terá em favor do atual prefeito, depois de meses de estranhamento no ano passado, quando chegaram a rivalizar silenciosamente pela indicação tucana ao Planalto.