O ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro citou o ex-chanceler e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como articulador de propinas para o PSDB nas campanhas do senador José Serra (PSDB-SP) à presidência da República em 2006 e 2010. De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo com o The Intercept Brasil, o ministro das Relações Exteriores de Michel Temer pediu propina para a empreiteira em troca de benefícios para a OAS em obras em São Paulo.
A delação de executivos da OAS aponta que Aloysio Nunes articulou o pagamento de propina da empreiteira em dinheiro vivo a pessoas indicadas pelo tucano. Segundo o jornal, os executivos citam a participação do ex-senador desde 2005, quando José Serra era prefeito da capital paulista. De acordo com os delatores, Aloysio e Serra se reuniram com Léo Pinheiro para discutir obras que haviam sido iniciadas na gestão de Marta Suplicy – então no PT, hoje no MDB – como prefeita de São Paulo, como a Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, na Zona Sul, e o túnel da Radial Leste, na região central da cidade, pedindo a continuidade das obras em troca de pagamentos de 5% sobre os valores.
As informações foram obtidas pelo The Intercept em uma das mensagens trocadas entre procuradores da Lava-Jato. Nos anexos, Léo Pinheiro diz que foi procurado pelo sucessor de José Serra na gestão da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP), para informá-lo que os pagamentos de propina articulados por Aloysio seriam mantidos na nova gestão – iniciada em 2006, na qual o tucano foi mantido como secretário.
Aloysio Nunes Ferreira foi escolhido pelo atual governador João Doria como presidente da Investe SP, agência de investimentos do governo estadual.