O relator da ação do PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa de Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto nas eleições de 2022, Benedito Gonçalves, votou nesta terça-feira, 27, pela inelegibilidade do ex-presidente por oito anos.
O processo acusa a chapa de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação no episódio da reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral.
Gonçalves, no entanto, votou por absolver Braga Netto no caso, por entender que ele não participou da concepção do evento em questão.
Voto do relator
Em seu voto, Gonçalves voltou a defender a inclusão da minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Para o relator, o documento tem conexão com as declarações de Bolsonaro na reunião com os embaixadores.
O ministro também afirmou que Bolsonaro é “integralmente” responsável pela concepção do evento no Alvorada, do conteúdo dos slides apresentados no encontro à tônica do discurso aos chefes de missões diplomáticas.
Gonçalves disse ainda que Bolsonaro “violou ostensivamente deveres de presidente da República” ao antagonizar com o TSE e desacreditar a lisura do comportamento de seus ministros e “despejou mentiras atrozes” nos embaixadores sobre o sistema eleitoral.
Continuação do julgamento
Após o voto do relator, o presidente da Corte, Alexandre de Moraes, suspendeu o julgamento e anunciou que ele será retomado na quinta-feira, 29. Na sessão, devem votar, nesta sequência, os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Moraes.