O presidente Jair Bolsonaro apagou do seu perfil no Twitter duas postagens feitas durante o Carnaval e que causaram polêmica nas redes sociais. Em uma delas, na terça-feira, 5, o presidente expõe um vídeo em que dois homens dançam e, em determinado momento, um deles coloca o dedo no ânus e se abaixa para o outro urinar em sua cabeça. A visualização deste vídeo foi restringida e ganhou alerta de conteúdo sensível. A outra postagem foi feita no dia seguinte com a pergunta “o que é golden shower?”.
A exclusão ocorreu depois de os advogados das pessoas que aparecem no vídeo, Flavo Grossi e Cynthia Almeida Rosa Galib, entrarem com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro. A ação foi protocolada na terça-feira, 19, e o ministro Marco Aurélio foi escolhido como relator do caso.
Em nota, os advogados disseram que tomaram conhecimento da exclusão “aparentemente voluntária do tuíte”. “Em que pese a atitude republicana do mandatário da nação, consideramos que, processual e tecnicamente, ainda há questões jurídicas a serem enfrentadas pelo Supremo Tribunal Federal”, completa o texto.
O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o caso.
As postagens tiveram grande repercussão em todo o planeta. Jornais estrangeiros criticaram a atitude do presidente brasileiro e trataram como uma “revolta” diante de uma cena obscena. Na ocasião, o governo se manifestou e disse que Bolsonaro não quis criticar o Carnaval, mas “caracterizar uma distorção clara do espírito momesco, que simboliza a descontração, a ironia, a crítica saudável e a criatividade da nossa maior e mais democrática festa popular”. Segundo o Planalto, Bolsonaro compartilhou o vídeo por conter cenas que o “escandalizaram”. “É um crime, tipificado na legislação brasileira, que violenta os valores familiares e as tradições culturais do Carnaval”.