Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Após assumir Casa Civil, Ciro vai tentar ‘rebranding’ para mudar imagem

Uma das principais lideranças do Centrão, o novo ministro de Jair Bolsonaro quer se descolar de passado associado a gestões petistas

Por Rafael Moraes Moura 31 jul 2021, 14h02

Quando Ciro Nogueira (Progressistas-PI) foi anunciado como novo ministro-chefe da Casa Civil, as redes sociais viram bombar a hashtag “Bolsonaro traidor” e postagens que associavam o então senador ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem já foi aliado. Conforme mostrou a última edição de VEJA, a escolha do parlamentar para o cargo de “primeiro ministro” representa a maior inflexão, até hoje, em método, imagem, e principalmente, estratégia eleitoral de Bolsonaro. Uma das principais lideranças do Centrão, o próprio Ciro está disposto a uma inflexão pessoal, um processo de ‘rebranding’ para repaginar a imagem, se descolar do passado vinculado à administração petista e criar novos fatos.

Em 2017, o parlamentar chamou o então deputado federal Jair Bolsonaro de “fascista” e “preconceituoso”. Em setembro de 2018, a um mês das eleições presidenciais, Ciro escreveu na sua conta pessoal no Twitter que “deixar Lula fora da disputa é tirar do eleitor um direito de escolha”. “Eu fico com Lula até o fim”, afirmou. Pois bem, o fim chegou.

“O que importa na política é mais a versão do que o fato.  O governo Bolsonaro precisa terminar esse quadriênio e concorrer a outro. Precisa politicamente do Centrão, que é o suprassumo do establishment, ao qual boa parte da opinião pública associa a todos os pecados da política brasileira – corrupção, falta de ética, etc”, avalia o analista de risco político Paulo Kramer, que ajudou a formular o programa de governo de Bolsonaro em 2018. 

“Bolsonaro vai ter de fazer a seguinte mágica: vai precisar do apoio do Centrão para continuar, terminar o seu governo, afastar o risco de impeachment e tentar a reeleição, e ao mesmo tempo continuar mobilizando aquela base de apoio, tradicional, aqueles 20-25%, que acreditam piamente que ele é a única figura anti-establishment”, acrescenta Kramer.

Para o cientista político Renato Perissinotto, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a chegada de Ciro Nogueira à Casa Civil força o próprio Palácio do Planalto a ajustar o discurso eleitoral. “Bolsonaro vai ter de adaptar o discurso dele de ser um paladino do anti-establishment, um representante da nova política. Há uma estratégia política que representa um fato contrário a isso tudo. Então isso pode custar a ele alguma perda na sua base eleitoral, embora eu não tenha, não consigo ver para onde essa base eleitoral podia fugir, acho que ela pode ficar desgostosa, mas tende a votar no Bolsonaro mesmo”, afirma.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

2 meses por 8,00
(equivalente a 4,00/mês)

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.