Após nomeação de Aras, Deltan defende lista tríplice por PGR independente
Augusto Aras foi o primeiro indicado à PGR desde 2003 a não figurar na lista tríplice eleita pelos procuradores
O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, afirma que recebeu com cautela a indicação feita por Jair Bolsonaro de um nome fora da lista tríplice para o cargo de procurador-geral da República. Augusto Aras foi escolhido pelo presidente e contrariou escolha feita pela categoria, que havia listado três nomes de possíveis sucessores da atual PGR, Raquel Dodge.
“O país precisa de alguém independente lá (na PGR) e a lista tríplice contribui para essa independência. Além disso, os nomes da lista tríplice passaram por um teste de fogo em debates públicos. O histórico e os planos de gestão deles foram testados e aprovados, de modo transparente e democrático”, afirmou Dallagnol, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
“O procurador-geral tem importantes atribuições, inclusive em matéria anticorrupção. É ele, por exemplo, que decide investigar ou processar deputados, senadores e ministros em grande parte dos casos. É ele quem participa da formação de precedentes no Supremo.”
Aos 60 anos e membro do Ministério Público Federal (MPF) desde 1987, o soteropolitano Antonio Augusto Brandão de Aras é o primeiro indicado à PGR desde 2003 a não figurar na lista tríplice eleita pelos procuradores, em votação interna organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
(Com Estadão Conteúdo)