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Novo ministro do Trabalho diz que fará ‘limpa’ na pasta, caso necessário

Caio Vieira de Mello comentou investigação da PF que apura cobrança de propina no ministério em troca de registros sindicais

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 10 jul 2018, 19h23 - Publicado em 10 jul 2018, 18h10

Após tomar posse no Ministério do Trabalho, nesta terça-feira, 10, o novo titular da pasta, Caio Vieira de Mello, sinalizou que fará uma “limpa” na pasta. “A senhora não faria?”, reagiu, ao ser perguntado por jornalistas sobre possíveis mudanças nos cargos diante das investigações da Polícia Federal que apuram corrupção no ministério.

A Operação Registro Espúrio, da PF, investiga cobrança de propina em troca de registros de sindicatos na Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) da pasta. A ação levou à queda do antecessor de Vieira de Mello, Helton Yomura, alvo da terceira fase da investigação e afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A cúpula do PTB, que tinha no Ministério do Trabalho um “feudo”, também é investigada.

“O que for necessário será feito”, declarou o novo ministro, acrescentando que vai “fazer exame apurado de todas as situações”, “inclusive das concessões” de registros sindicais. “Mineiro é sempre precavido, e eu, como bom mineiro, vou examinar bem a situação e as medidas serão tomadas, podem ter certeza, com transparência. Nada será oculto”, declarou.

Questionado sobre se considerava a partidarização de um ministério um erro, o ministro disse que não conhece o funcionamento da pasta, mas que “tem de ser um ministério extremamente técnico”.

Sobre a reforma trabalhista, Caio Vieira de Mello declarou que, “se houver necessidade, haverá mudança”, mas que, no momento, não vê necessidade de alterá-la porque “não há um resultado e uma aplicação efetiva dela”. Para ele, “alteração de legislação é uma coisa normal, a adaptação vai se fazendo pela jurisprudência e o tempo vai mostrando a vantagem ou desvantagem”.

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Temer pediu ‘agilidade’

O novo ministro do Trabalho comentou que recebeu o convite do presidente Michel Temer (MDB) para assumir o cargo “com surpresa” e que o fato de faltarem apenas seis meses para o governo acabar não é um problema. “Se faltam seis meses, não é problema meu. É uma missão sair de lá com um bom nome como sempre tive”.

Depois de reiterar que “sua vida inteira foi limpa”, o novo ministro declarou que Temer, ao convidá-lo pediu que focasse a criação de empregos. “O comando que ele deu foi técnico. Pediu que desse agilidade ao Ministério do Trabalho, e a ajudar a resolver os problemas que existem”, ressaltou.

Questionado se deixaria o cargo de consultor no escritório de advocacia de Sérgio Bermudes, onde também trabalha a mulher do ministro do STF Gilmar Mendes, Guiomar Mendes, Vieira de Mello contou que, antes de aceitar o convite, ligou para Bermudes e avisou que deixaria a função.

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