As orientações do PT para Alckmin na reta final de campanha
As missões do ex-governador para tentar romper a bolha do eleitorado de centro-esquerda
Candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) recebeu uma série de orientações na tentativa de fazer com que a campanha petista fure a bolha do eleitorado de centro-esquerda e amplie influência em setores onde até agora adversários como Bolsonaro têm se saído melhor. Alckmin dedica uma atenção especial a Minas Gerais, onde a disputa ainda está em aberto. Lá, a pedido de Lula, ele organizou agendas com representantes do agronegócio, grande parte alinhada ao atual presidente.
São Paulo é outra prioridade nessa reta final. Os petistas apostam na força da imagem do ex-tucano. Em 2014, quando disputou a reeleição para o Palácio dos Bandeirantes contra Alexandre Padilha (PT), Alckmin perdeu em apenas um dos 645 municípios paulistas. As últimas pesquisas mostram um crescimento de Jair Bolsonaro no estado. Por isso, Alckmin também foi orientado a dar atenção aos prefeitos da região. Ele costuma falar diariamente, por telefone, com mais de cinco prefeitos, na tentativa de fortalecer a campanha de Lula em um estado historicamente antipetista.
Em outra frente, o papel do tucano também tem sido ampliar a interlocução da campanha petista com os setores empresarial e financeiro. O ex-governador já se encontrou com representantes da Associação Brasileira de Infraestrutura e das Indústrias de Base (ABDIB), em São Paulo, e da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Minas Gerais e São Paulo juntos concentram 32% do eleitorado do país.