Para driblar a rejeição histórica que tem em setores do eleitorado fluminense, o pré-candidato ao governo estadual Marcelo Freixo (PSB) vem tentando dedicar atenção especial a conversar com três deles: policiais, empresários e evangélicos. No caso dos agentes de Segurança, há propostas em processo de elaboração que buscam desconstruir a imagem de inimigo da polícia, algo que é martelado pelos opositores do deputado há anos por causa de opiniões antigas dele – como a ideia de desmilitarizar a PM.
Entre as medidas que pretende apresentar aos agentes e ao eleitorado, está a criação de um sistema mais claro de meritocracia para a promoção salarial dos praças. Também do ponto de vista da remuneração, Freixo tem criticado o valor de apenas 12 reais diários do vale-alimentação dos policiais, algo que já chegou a avançar na Assembleia Legislativa. De forma mais genérica, fala ainda em investir na formação deles para evitar o sempre superlativo número de vítimas entre os agentes – que também matam muitos cidadãos.
Em relação ao sistema de Segurança em si, quer aprimorar o uso da tecnologia para criar, por exemplo, uma central de flagrantes online. Também tem falado em integrar mais as polícias Civil e Militar com a Administração Penitenciária e a Assistência Social. O pré-candidato tem mantido diálogo com interlocutores ligados às corporações, mas ainda esconde o jogo e não diz quem são eles.
Além de priorizar esses grupos para reverter sua imagem, Freixo também precisa resolver percalços político-partidários – como a falta de consenso no PT em torno do seu nome, apesar de declarações de apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O centro político do Rio, simbolizado pelo prefeito carioca Eduardo Paes (PSD), resiste a acreditar que o deputado teria capacidade de governar bem o estado e, antes disso, de vencer um eventual segundo turno contra o bolsonarismo, representado pelo governador Cláudio Castro (PL).
O grupo de Paes, que oficializará no próximo domingo a pré-candidatura do ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz, também flerta com Lula, de olho no interesse do petista em ampliar seu palanque no berço de Bolsonaro.