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As três apostas de Freixo para conquistar o eleitorado mais pobre

Candidato do PSB ao governo do Rio costuma ter dificuldade para conseguir votos nas áreas mais populosas do estado, mas se agarra a Lula e temas econômicos

Por Caio Sartori 7 fev 2022, 16h49
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  • O deputado federal Marcelo Freixo (PSB) tem em mente três pilares para atrair o eleitorado mais pobre do Rio de Janeiro na eleição para governador: emprego, renda e Lula. Líder das pesquisas, mas com margem apertada, o candidato celebrou nas últimas semanas os acenos mais claros que o petista fez ao seu nome. Com uma vida política associada ao Psol, do qual saiu no ano passado, Freixo quer evitar ao máximo levar o debate eleitoral para temas que não tenham relação direta com o dia a dia do Rio e que possam colar em si uma alta rejeição – apesar de saber que os adversários tentarão fazê-lo. 

    Num estado em que quase 80% da população está concentrada na região metropolitana, a zona oeste da capital e a Baixada Fluminense são cruciais para uma vitória eleitoral. E os temas envolvendo emprego e renda ganham especial importância, já que o Rio tem números de desemprego e de perda de renda acima da média nacional. A figura do ex-presidente Lula, que teve bons desempenhos nessas regiões nas disputas presidenciais das quais participou, é considerada crucial para dar votos a Freixo, que, percentualmente, costuma ter mais sufrágios na zona sul e em alguns bairros da zona norte. 

    Nas últimas semanas, Lula deu declarações de que apoiará Freixo, após um clima de tensão entre o candidato do PSB e integrantes do PT do Rio, que defendem uma ampliação do palanque do ex-presidente no estado. Os acenos lulistas movimentaram a conjuntura fluminense. O PSD do prefeito Eduardo Paes e do pré-candidato Felipe Santa Cruz, por exemplo, encaminhou uma aliança com o PDT, que tem o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves colocado para a disputa. O presidenciável Ciro Gomes chegou a participar da reunião de secretariado de Paes neste domingo. 

    Paes, inclusive, partiu para o ataque contra Freixo em entrevista ao jornal ‘Valor Econômico’, citando o histórico do deputado em temas como Segurança e economia para pintá-lo como um radical e despreparado. Também menosprezou, com base em pesquisas internas, a importância de Lula como cabo eleitoral no Rio, onde a diferença do petista para Bolsonaro é menor do que no quadro nacional. Freixo, por sua vez, recebeu pesquisas que mostram uma consolidação de seu nome na liderança – e com tendência de crescimento quando é colocado como candidato de Lula. 

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    No aspecto da renda, a equipe do candidato do PSB começa a formular projetos que integrarão o futuro programa de governo. Um deles se inspira na petista Maricá, no Leste Fluminense, referência no modelo de renda básica com a moeda social Mumbuca, que funciona de forma digital no comércio do município. Para Freixo, o complexo de favelas da Maré, na zona norte, seria um bom laboratório para implementar algo parecido, de modo a gerar beneficiários diretos – os que receberão o auxílio – e indiretos, com o aquecimento da economia da comunidade. 

    Em outra frente, o deputado tem buscado diálogo com três setores que considera primordiais para provar que não é um radical de esquerda: policiais, empresários e evangélicos. Mantém conversas, por exemplo, com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, considerado por ele uma figura simbólica por não ter se mudado do Rio mesmo após as sucessivas crises do estado. 

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