O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lotou uma cercada Cinelândia, tradicional ponto de manifestações políticas do Centro do Rio, na noite desta quinta-feira. Apesar de placas metálicas isolarem uma grande área da praça, muitos manifestantes ocuparam também o entorno. O temor com a segurança foi ainda maior quando, antes da chegada do presidenciável, dois artefatos explosivos foram jogados de fora para dentro do espaço. Ninguém ficou ferido.
Durante o discurso, além das habituais críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e das histórias de Dona Lindu, o petista focou no Rio e abraçou de vez Marcelo Freixo (PSB) na campanha para o governo do estado. “Vim aqui para tirar as dúvidas de qualquer pessoa: no Rio, tenho um candidato a governador chamado Marcelo Freixo. É preciso ficar claro a cada companheiro que vai votar no Lula que é importante votar no Freixo”, disse.
O pré-candidato petista ao Senado, André Ceciliano, teve amplo destaque no evento, mas não no discurso de Lula, mais focado nas disputas pelos governos nacional e estadual. Com o aceno ao pessebista, o petista minou as intensas movimentações das últimas semanas que tentaram viabilizar outros palanques para sua candidatura presidencial no Rio, especialmente de Rodrigo Neves (PDT) e Felipe Santa Cruz (PSD).
O ato encerrou a passagem de dois dias do petista pelo Rio – a terceira ida dele ao berço de Jair Bolsonaro em cerca de um ano. Além do evento público, ele se reuniu com reitores de universidades, representantes do samba e lideranças comunitárias. Esteve sempre ao lado de Freixo e Ceciliano, saudados ao lado dele e de Geraldo Alckmin – os quatro de camisa branca – assim que subiram ao palco.
A preocupação da campanha de Lula com a segurança levou a um esquema de inédito para os padrões da Cinelândia. O palco foi montado em frente ao Theatro Municipal e ao lado da Câmara dos Vereadores.
Outra preocupação clara da organização, temerosa de eventuais punições da Justiça Eleitoral, foi a de dizer que não se tratava de um comício. “A lei não permite pedir votos. Só o Bolsonaro. Aqui a gente não pode”, disse Lula.