Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Base do governo racha entre bolsonaristas e lavajatistas nas redes

Com live durante a manifestação de domingo, Bolsonaro recuperou popularidade digital, mas ganhou um adversário à altura com a troca no Ministério da Justiça

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 Maio 2020, 13h26 - Publicado em 5 Maio 2020, 10h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • As redes sociais funcionam como uma bússola para o presidente Jair Bolsonaro. E boa parte dos seus atos são explicados pela reação dos seus seguidores na internet. A demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, na sexta-feira 24, causou um racha na sua base digital de apoiadores, dividindo dois grupos – os bolsonaristas e os lavajatistas – que vinham andando juntos até então.

    Para se recuperar do estrago, a militância bolsonarista se reorganizou, passou a bombardear no Twitter e no WhatsApp o ex-super heroi da Operação Lava Jato e das manifestações verde e amarelo com críticas de “omissão” e “deslealdade” e retomou o espaço perdido neste fim de semana. Não foi desproposital que o presidente voltou a comparecer – e a gravar uma live – em mais uma manifestação com pleitos antidemocráticos e contrária às orientações sanitárias de combate ao coronavírus, em Brasília, no domingo 4. O ato reuniu pouca gente, mas cumpriu a sua missão: incendiou as redes.

    Segundo levantamento da consultoria Quaest (confira abaixo), que mede diariamente o índice de popularidade digital de autoridades, Sérgio Moro subiu exponencialmente logo quando começaram os rumores sobre a sua saída, dobrando de tamanho na plataformas digitais. Entre os dias 23 e 28 de abril, ele saltou de 30 para 62 pontos, chegando a superar a popularidade digital de Bolsonaro, mesmo que por pouco tempo. No mesmo período, o presidente, caiu de 82 para 61, o que mostra a divergência interna dentro da sua base.

    ASSINE VEJA

    Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’
    Moro fala a VEJA: ‘Não sou mentiroso’ Em entrevista exclusiva, ex-ministro diz que apresentará provas no STF das acusações contra Bolsonaro. E mais: a pandemia nas favelas e o médico brasileiro na linha de frente contra o coronavírus. Leia nesta edição. ()
    Clique e Assine

    A partir do dia 29, as críticas a Moro começaram surtir efeito e Bolsonaro voltou a se recuperar – em grande parte por causa do contato frequente do presidente com os seus seguidores. Até o domingo, Bolsonaro havia subido para 80, e Moro caído para 51. Apesar da queda, o ex-ministro da Justiça se mantém muito mais popular na internet do que antes da demissão. O índice calcula número de seguidores, buscas, curtidas e menções positivas e negativas no Twitter, Facebook, Instagram, Youtube, e Google, conferindo uma pontuação de 0 a 100.

    “Os dados mostram que Bolsonaro conseguiu retomar a capacidade de engajamento, mas ele criou um novo inimigo – forte e poderoso. Moro continua sendo uma das principais ameaças ao seu governo, porque ele tem credibilidade perante parte dos seus eleitores”, analisou o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    popularidade

    Continua após a publicidade

    A leitura é reforçada por outra pesquisa de monitoramento feita pelo laboratório digital da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo o estudo, no dia da demissão de Moro, houve um repúdio de quase 70% dos perfis engajados no Twitter, o que reuniu parte da base até então bolsonarista, o centro e a esquerda – na saída do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, a reprovação foi de 60%. Nos dias seguintes, a base bolsonarista mirou a carga contra Moro, inflando a hashtag “fechadocombolsonaro”, e se recuperou. “O desgaste causado pela saída de Sergio Moro do governo não alterou o tamanho do grupo, que voltou a se mostrar internamente coeso”, diz o relatório da FGV.

    Todo esse debate digital em torno das crises políticas do governo Bolsonaro jogou sombra sobre o debate em torno da Covid-19, que é a pauta número 1 no mundo. A FGV detectou esse fenômeno tipicamente brasileiro em números: no dia 24 de abril, houve 6 milhões de menções referentes à saída de Moro, equanto que o coronavírus ganhou 1,9 milhão de citações, no Twitter.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.