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Bolsa Família ‘escraviza’ beneficiários, diz Rodrigo Maia

Nos EUA, presidente da Câmara criticou programa por não criar 'porta de saída' aos beneficiários e admitiu ser candidato ao Planalto se subir nas pesquisas

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 18 jan 2018, 13h06 - Publicado em 17 jan 2018, 16h03
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  • O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou nesta quarta-feira que o Bolsa Família não é um “bom programa social” por não ter mecanismos que permitam a independência de seus beneficiários. Aventado entre os possíveis candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro, Maia disse que o programa implementado no governo do ex-presidente Lula “escraviza” as pessoas.

    “Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego”, disse o parlamentar durante discurso no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington, Estados Unidos.

    Em entrevista depois do evento, Maia disse que o Bolsa Família gera “dependência” por não criar uma “porta de saída” aos beneficiários. “Essa dependência atrela as pessoas ao Estado”, afirmou. “Como é que você dá condições para o cidadão pobre brasileiro, que depende do Bolsa Família? Que o filho dele tenha uma condição de escolaridade, uma condição de saúde, cursos profissionalizantes para que ele possa sair da dependência e possa gerar sua própria renda”, enumerou.

    Rodrigo Maia ainda classificou o Bolsa Família como um programa “liberal”, e não de esquerda, mas criticou a maneira como ele foi implementado pelo PT. “É engraçado que o Brasil cresceu tanto no governo do PT e o número de pessoas dependentes do Bolsa Família aumentou. Tem alguma coisa errada. Se o Brasil está ficando mais rico, por que há mais pessoas pobres dependentes do Bolsa Família? Essa era uma distorção grande”, disse.

    O presidente da Câmara admitiu que poderá disputar a sucessão do presidente Michel Temer (MDB) caso obtenha números mais elevados nas pesquisas sobre intenção de voto. “Hoje não, eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito”, declarou.

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    ‘Protagonismo excessivo’ do Judiciário

    Nesta terça-feira, durante sua passagem por Washington, Rodrigo Maia criticou o que classifica como “protagonismo excessivo” do Poder Judiciário e afirmou que a suspensão da nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho pode afetar a votação da reforma da Previdência. “Acho que isso está desorganizando o Brasil”, disse Maia.

    “Nós temos problemas hoje no Brasil na relação entre o Poder Judiciário e, principalmente, o Poder Executivo. Algumas decisões do presidente têm sido barradas pelo Judiciário, o que é grave”, ressaltou o presidente da Câmara, em referência à liminar que suspendeu a nomeação da deputada do PTB. “Isso gera algum impasse dentro de um partido que não tem muitos votos, mas, para essa votação, onde a gente sabe que não é fácil chegar ao número necessário, isso gera dificuldades e atrasa a capacidade de articulação do governo”, completou.

    Rodrigo Maia também acusou o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, de mentir sobre a reforma da Previdência. “O juiz Veloso está defendendo o seu interesse e usa o exemplo do trabalhador, do motorista de ônibus, para defender a manutenção dos seus benefícios, da aposentadoria acima de 20.000 reais, de seus auxílios”. Veloso considera que a reforma da Previdência será “nociva para o conjunto dos trabalhadores”.

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