Bolsonaro compartilha vídeo de aluna que filmou professora em aula
Presidente voltou a defender a ideia da Escola sem Partido e disse que não pode existir um lado apenas nas salas de aula
O presidente Jair Bolsonaro compartilhou neste domingo, 28, em suas redes sociais, um vídeo de uma aluna que confronta uma professora que fazia críticas ao programa Escola Sem Partido e ao ideólogo Olavo de Carvalho.
“Professor tem que ensinar e não doutrinar”, escreveu o presidente na publicação.
No vídeo, gravado por uma aluna durante uma aula de gramática em um cursinho, a professora chama Olavo de Carvalha de “anta”. A jovem, então, passa a atacar a mestra por usar muito tempo da aula para discutir suas opiniões políticas.
“Você não percebeu que pegou 25 minutos da aula para expor sua opinião político-partidária?”, diz a estudante. “Não estou pagando cursinho para ouvir sua opinião político-partidária. Estou pagando cursinho para assistir à aula de gramática”.
Ao ser confrontada pela professora, que pede que a aluna vá conversar com o coordenador sobre suas queixas, a jovem diz que irá gravar e expor todas as aulas de gramática na internet.
“A senhora não pode entrar aqui e falar o que a senhora quiser. Estou pagando pela aula de gramática”, diz a estudante.
Em novembro do ano passado, logo após ser eleito, Bolsonaro incentivou estudantes a gravarem suas aulas para combater a “doutrinação ideológica” nas escolas e instituições de ensino.
Neste domingo, o presidente voltou a comentar o assunto em uma entrevista a jornalistas na entrada do prédio em que mora um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Bolsonaro voltou a defender a ideia da Escola Sem Partido e disse que não pode existir um lado apenas nas salas de aula. “Nós queremos a escola sem partidos, ou se tiver partidos, que tenha os dois lados. Não pode é ter um lado só na escola, isso leva ao que não queremos”, disse, sem dar maiores detalhes.
O presidente não explicou como o vídeo chegou até ele, nem se houve uma apuração da reclamação da aluna antes que as imagens fossem divulgadas em sua rede oficial.
(Com Estadão Conteúdo)