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Bolsonaro defende mandato de senador vitalício e ministérios políticos

Em uma conversão à política, ele prega cadeira para ex-presidentes, melhor tratamento com a imprensa e novo formato na Esplanada

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jun 2023, 14h44
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  • Diante da possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornar Jair Bolsonaro inelegível, o ex-presidente passou a dizer que a eleição de 2022 é uma “página virada” e que está mais experiente após os quatros anos na Presidência da República.

    Eleito em 2018 com a bandeira da antipolítica, ele afirmou, em entrevista dada a VEJA no mês passado, que quer estar em condições de disputar a algum cargo eletivo em 2026 – seja para a presidente, senador, deputado federal ou até compor uma chapa, “se aparecer um bom nome”. “Não estou com essa obsessão de ser presidente”, afirmou.

    Mas, caso concorra novamente ao Planalto, o que depende também das ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem torná-lo inelegível, Bolsonaro diz que agiria diferente ao estruturar seu governo. “Eu acho que eu teria menos dificuldades pela experiência. Por exemplo: ministros palacianos têm que ter conhecimento de política, não podem ser apenas um excelente gestor daquele ministério. Eu comecei a acertar quando botei o Ciro Nogueira lá [na Casa Civil], um cargo político”, afirmou.

    O ex-presidente ainda elogiou os ex-ministros João Roma (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura), que eram deputados quando assumiram as cadeiras na Esplanada, e disse que, dos 22 ministros que tinha quando encerrou o mandato, só dez teriam permanecido. “Uns 12 seriam um perfil, além de técnico, político”, afirmou.

    Outra mudança de comportamento seria com os meios de comunicação. “O tratamento com vocês da imprensa seria diferente. Eu buscaria o contato, mas falaria menos, muito menos”, disse.

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    Bolsonaro também comentou sobre as articulações, no fim de seu mandato, para a criação de uma vaga no Senado específica para ex-presidentes da República – a medida exigiria a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Se aprovada, ele e outros ex-mandatários teriam direito a uma cadeira vitalícia, sem a necessidade de eleição, o que garantiria mandato e foro privilegiado.

    O ex-presidente admitiu ter tomado conhecimento sobre o assunto, mas ressaltou, que, à época, não tinha mais poder.

    “Fiquei sabendo que eles queriam colocar essa PEC para frente, mas com um pequeno inciso ali embaixo, proibindo qualquer disputa de eleição. Eu acho que quando você é deputado você tem uma cabeça. Quando você vai para a Presidência e sai, logicamente muita coisa mudou ali. Acho que seria bom, se o presidente topasse, ter um senador vitalício. Vejo como uma maneira de se amparar o ex-presidente”, afirmou.

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    Ele acrescentou ainda que mudou de posição sobre algumas das prerrogativas de ex-presidentes, como o fornecimento de até oito auxiliares, custeados pelo Estado.

    “Quando eu era deputado, eu criticava os oito cargos de ex-presidente, mas eu não posso ir à padaria sem um segurança. Ainda mais eu. Pode aparecer algum maluco lá e querer fazer uma besteira, agredir, xingar”, disse.

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