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Bolsonaro diz que ‘é brincadeira’ relacioná-lo à cocaína em avião da FAB

Em transmissão ao vivo no Facebook, presidente afirmou também que “é muita coincidência” o caso ter ocorrido no dia anterior à sua viagem ao Japão

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 jun 2019, 20h58 - Publicado em 27 jun 2019, 20h14
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  • De Osaka, no Japão, onde participa da reunião do G20, o presidente Jair Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook nesta quinta-feira, 27, na qual comentou a prisão do sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos. O militar foi detido após desembarcar na Espanha com 39 quilos de cocaína em sua bagagem, levada em um avião da equipe de apoio à comitiva presidencial. Bolsonaro disse que “é brincadeira” associá-lo ao episódio e que “é muita coincidência” o caso ter ocorrido no dia anterior à sua viagem.

    “Me associar ao episódio de ontem é brincadeira, não vou nem responder esse negócio aí, tá ok? Vai pagar um preço alto. Investigação está aberta, IPM [Inquérito Policial Militar], toda colaboração com a polícia espanhola”, disse Bolsonaro, já no final da transmissão. Ele agradeceu ao governo espanhol por ter prendido apenas Silva Rodrigues, e não a tripulação toda do avião.

    Bolsonaro afirmou no vídeo que o fato de a droga não ter sido identificada em meio à bagagem do militar antes do embarque foi uma “falha” e que, no avião presidencial, até a sua bagagem é revistada. Conforme noticiou o Radar nesta quarta-feira, 26, o sargento não passou pelo aparelho de raio-x, de uso obrigatório, na Base Aérea da FAB em Brasília.

    Em entrevista na tarde desta quinta-feira, 27, em Brasília, o porta-voz da Força Aérea, major Daniel Rodrigues Oliveira, disse que em todos os voos oficiais, como norma interna, bagagens de passageiros e tripulantes devem passar por inspeção em aparelhos de raio-x. Oliveira, contudo, não confirmou se houve o procedimento no avião de suporte à comitiva de Jair Bolsonaro.

    “De qualquer maneira, mesmo que tivesse no meu avião, seria uma falha nossa, daí. Se bem que no nosso avião todos são revistados, inclusive a minha bagagem é revistada, eles nunca falaram pra mim ‘presidente, posso revistar sua bagagem?’, já sabe que é pra revistar e ponto final, não tem problema tem que revistar”, declarou o presidente, que na transmissão ao vivo estava ao lado do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e do secretário-geral do Itamaraty, embaixador Otávio Brandelli.

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    O presidente disse também que o militar, “pelo que tudo parece, está há algum tempo envolvido” com o tráfico de drogas. “Ninguém numa primeira viagem vai botar 39 quilos de entorpecente, vamos investigar”, concluiu Jair Bolsonaro, citando que o sargento da Aeronáutica “integrou escalões semelhantes nos dois últimos governos que passaram”. O Palácio do Planalto garante que o militar preso com a mala de cocaína não fazia parte do círculo mais próximo de militares que viajavam com Bolsonaro. No vídeo, o presidente chegou a dizer que Silva Rodrigues “deu azar” e foi preso “na nossa primeira viagem”. “Créu, ‘sifu’, se deu mal, tá ok?”.

    “Se Deus quiser, a Polícia Federal, a nossa inteligência da Aeronáutica e a polícia espanhola vão chegar naqueles que realmente interessa pra gente. Esse elemento aqui, se for pro Brasil, é 30 anos de cadeia e, como crime hediondo, vai cumprir uns 20 pra poder requerer progressão. Se fosse na Indonésia, pena de morte, como no passado teve um traficante brasileiro preso lá e não teve clemência não, foi executado”, declarou o presidente, lembrando o caso de Marco Archer, condenado à morte no país asiático e fuzilado em 2015.

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