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Bolsonaro diz que pretende indicar Moro a STF ou Justiça

Presidente eleito indicará ao menos dois novos ministros ao Supremo até 2021, com as aposentadorias compulsórias de Celso de Mello e Marco Aurélio Mello

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 out 2018, 21h36 - Publicado em 29 out 2018, 21h11
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  • O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) confirmou nesta segunda-feira, 29, em entrevistas na televisão, que pretende convidar o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, para o Ministério da Justiça ou, quando houver, uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro indicará ao menos dois novos ministros do Supremo até 2021, porque os ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello se aposentarão compulsoriamente por atingirem a idade limite de 75 anos.

    “Agora acabou o período eleitoral, se tivesse falado isso lá atrás soaria oportunismo da minha parte. Pretendo, sim, não só para o Supremo, mas quem sabe até para o Ministério da Justiça. Pretendo conversar com ele, saber se há interesse dele nesse sentido e se houver interesse da parte dele com toda certeza ser uma pessoa de extrema importância em um governo como o nosso”, afirmou Bolsonaro à RecordTV.

    Ao Jornal Nacional, da TV Globo, o presidente eleito foi questionado novamente sobre o assunto e respondeu que Moro “é um símbolo do Brasil”. “É um homem que tem que ter seu trabalho reconhecido. Pretendo conversar com ele, convidá-lo para o Ministério da Justiça ou, no futuro, abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que ele poderia trabalhar pelo Brasil”. A intenção do pesselista de indicar o juiz foi revelada pela coluna Radar há duas semanas.

    Nesta segunda, por meio de nota, o magistrado parabenizou o pesselista pela vitória e desejou “que faça um bom governo”. “São importantes, com diálogo e tolerância, reformas para recuperar a economia e a integridade da administração pública, assim resgatando a confiança da população na classe política”, afirmou Sergio Moro.

    À Record, Jair Bolsonaro afirmou que “ficou no passado” a proposta que ele chegou a externar de aumentar o número de ministros do Supremo. “Eu estava embarcando em um rumo, no meu entender, equivocado”, disse o pesselista, que relatou ter conversado com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. “Teremos uma convivência extremamente harmônica”, completou.

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    Bolsonaro voltou a citar os nomes de Paulo Guedes como futuro ministro da Economia, pasta que pode vir a unir Fazenda e Planejamento, do general Augusto Heleno como ministro da Defesa e do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como ministro-chefe da Casa Civil. Ele afirmou que “falta um pequeno detalhe” para a confirmação do tenente-coronel reformado da Aeronáutica Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro, como ministro da Ciência e Tecnologia.

    Relação com o Congresso e oposição

    À Record TV, Jair Bolsonaro disse que “a oposição é sempre bem-vinda”, mas ponderou que não pode haver “oposição pela oposição”, ou seja, adversários que não levam em conta o conteúdo de projetos para se posicionarem contra. “Logicamente nós sabemos o que é oposição pela oposição. Isso apesar de a gente esperar que não venha a ocorrer, mas sempre nos preocupamos com isso. A oposição é bem-vinda e a liberdade de expressão é sagrada”, declarou.

    Sobre a troca de indicações políticas em cargos no governo por apoio no Congresso, o presidente eleito afirmou que a renovação da Câmara e do Senado vai aliviar a “pressão” dos parlamentares pelo “toma lá, dá cá”. “Temos conversado com parlamentares, grande parte são pessoas honestas que não querem continuar agindo dessa maneira”, disse.

    Questionado sobre se apoiará algum candidato na eleição à Presidência da Câmara, o presidente eleito disse que o chefe do Executivo não pode “se meter” na disputa no Legislativo para não acumular inimigos. Ele afirmou que “gostaria” que seu partido, o PSL, não lançasse candidato, mas ocupasse algum cargo na mesa diretora.

    “Eu tenho falado para minha bancada que eu gostaria que nós não lutássemos pela presidência da Câmara e assim fosse a distribuição dos demais cargos na mesa diretora. Seria um início, um gesto de humildade da nossa parte, queremos que todos participem do governo”.

    Indagado sobre se apoiará a reeleição de Rodrigo Maia à Presidência da Casa, Bolsonaro respondeu que não poderia falar e citou os nomes de outros três deputados aliados que pretendem disputar o posto. “As vagas na mesa devem ser ocupadas por quem já tem mandato, meu partido se não me engano, dos 52 eleitos, são 46 novos, não deixam de ser pessoas competentes, mas eles têm que entender que pela governabilidade seria bom nos diversificarmos entre os partidos os cargos na mesa diretora”.

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