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Bolsonaro não comenta diálogos de Moro e vai conversar com ele

Segundo porta-voz da Presidência, presidente deve se encontrar com o ex-juiz nesta terça-feira para tratar de vazamento de conversas com procurador

Por Redação
Atualizado em 10 jun 2019, 19h35 - Publicado em 10 jun 2019, 19h30
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  • O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, informou no início da noite desta segunda-feira, 10, que o presidente Jair Bolsonaro não vai se pronunciar sobre o vazamento de diálogos entre o ex-juiz e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol. De acordo com Rêgo Barros, Bolsonaro deve se reunir com o ministro nesta terça-feira para tratar do assunto.

    Nas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e reveladas pelo site The Intercept Brasil, Moro orienta uma investigação da força-tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e trata com Deltan sobre outros assuntos da operação. O site informou que obteve os diálogos com uma fonte que passou os dados anonimamente.

    “Como o nosso presidente não teve a oportunidade de compartilhar o conhecimento dos fatos junto ao ministro Sergio Moro, por consequência o governo não tem nenhum planejamento de momento para o fato”, disse o porta-voz, que respondeu aos jornalistas não saber se o presidente leu as reportagens.

    Rêgo Barros disse ainda que, a partir da conversa com Sergio Moro, o presidente vai “traçar linhas de ação, estratégias, para avançar no sentido de que nós tenhamos o país no rumo certo, em particular no tema Economia”.

    Jair Bolsonaro ficou até por volta das 15h desta segunda no Palácio do Planalto, em despachos com ministros. Às 16h, participou da cerimônia de 20 anos de criação do Ministério da Defesa.

    Enquanto o presidente passou o dia sem comentar o assunto, seus filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro saíram em defesa de Sergio Moro nas redes sociais.

    “É impressão minha, ou só no Brasil, uma imprensa utiliza uma invasão ilegal de algo privado, ignorando a invalidade judicial e ilegalidade, mas não se importa em divulgar, com o único intuito de queimar o governo Bolsonaro e favorecer o sistema? Acho que já vi isso antes!”, criticou Carlos.

    Já Eduardo tuitou que “Nada muda o fato de que Lula roubou e chefiou a maior organização criminosa do mundo, responsável dentre outros escândalos pelo do petrolão (Lava Jato) – superior até ao PIB de diversos países. O Brasil é rico, só não é potência por conta de ladrões como Lula”.

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    O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente, não escreveu nenhuma postagem sobre o assunto, como os irmãos, mas compartilhou no Twitter a nota divulgada por Sergio Moro.

    ‘Nada de mais’, diz Moro

    Depois de ter afirmado, por meio de nota divulgada neste domingo, que não há “qualquer anormalidade ou direcionamento” em sua atuação como juiz, Sergio Moro voltou a comentar o vazamento das mensagens nesta segunda-feira.

    Em Manaus, aonde foi para tratar sobre presídios, Moro disse não ter visto “nada de mais” nas mensagens e ressaltou a invasão hacker. “O que houve foi uma invasão criminosa de celulares de procuradores, para mim isso é um fato bastante grave ter havido essa invasão e essa divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito a minha pessoa, eu não vi nada demais”, afirmou.

    Em outro momento de sua fala a jornalistas, ele negou ter orientado a atuação da força-tarefa da Lava Jato. “Não tem nenhuma orientação ali. Eu nem posso dizer que as mensagens são autênticas porque são coisas que aconteceram, se aconteceram, há anos atrás. Eu não tenho mais essas mensagens e não guardo registro disso”, disse o ministro. “O juiz conversa com procurador, o juiz conversa com advogado, o juiz conversa com policiais. Isso é algo normal”, acrescentou.

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