Brasileiro está preocupado com Covid e desemprego, aponta levantamento
Mapeamento feito por empresa de inteligência digital AP Exata aponta que a agenda conservadora ainda não está entre as prioridades da população
Covid/saúde, emprego e inflação são hoje as maiores preocupações dos internautas, aponta um levantamento feito pela empresa de inteligência digital AP Exata, a pedido de VEJA. Ao todo, foram mapeados 2,3 milhões de publicações no Twitter de janeiro a agosto deste ano. Com o avanço da vacinação, a questão da saúde perdeu um pouco da força no debate no Twitter, mas continua sendo o principal assunto levantado pelos internautas (37%). Com a deterioração dos indicadores econômicos, cresceu a preocupação das pessoas com questões relacionadas à inflação (19%) e emprego (7%).
Uma outra conclusão do levantamento é que “a pauta de costumes”, que a militância bolsonarista quer retomar para animar a base aliada e ajudar Bolsonaro em 2022, não é neste momento prioridade na cabeça do eleitor. As menções a aborto não ultrapassaram 0,5% em nenhum dos meses analisados. A maconha foi citada em 1% das postagens.
O levantamento também identificou que comentários sobre “gays” e a comunidade “LGBTQIA+” ganharam mais peso na web em julho, quando o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou ser homossexual em entrevista à TV Globo. O tucano, no entanto, tem procurado se descolar da pauta de costumes, avisando que os direitos para gays não serão uma prioridade de sua campanha, caso vença as prévias do PSDB em novembro.
“Isso não quer dizer que o tema dos costumes não possa entrar na eleição, ele só não está colocado neste momento ainda. Ele não foi despertado pelos presidenciáveis”, analisa o CEO da AP Exata, Sergio Denicoli.
Mesmo assim, a pauta de costumes é um instrumento de mobilização importante do núcleo duro do bolsonarismo. “Ainda que as pessoas achem que não é o momento de mexer com a pauta de costumes, você tem de entender uma coisa: a esquerda está o tempo inteiro tentando avançar na pauta de costumes”, diz a VEJA deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara.