Brasileiros apoiam prisão de Lula e investigações contra Temer
Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, 54% dos brasileiros apoiam prisão do ex-presidente e 89% querem o prosseguimento da denúncia contra Temer
Uma pesquisa de opinião feita pelo Instituto Datafolha mostrou que a maioria dos brasileiros defende a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prosseguimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer (PMDB), acusado de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Das 2.772 pessoas ouvidas pela pesquisa em 194 cidades do país, 54% acreditam que a corrupção revelada durante as investigações da Operação Lava Jato é suficiente para decretar a prisão do ex-presidente, processado em seis ações penais, quatro na Lava Jato.
Outros 40% afirmaram que não há provas suficientes para a prisão do petista, e 5% não opinaram. No caso do atual presidente, a situação é um pouco mais ampla: 89% apoiam a abertura de processo contra o peemedebista, 7% são contrários. Caso a segunda denúncia contra Temer seja aceita, o presidente poderá ser afastado do cargo por seis meses.
Rejeição
De acordo com a pesquisa, o apoio à prisão de Lula aumenta de acordo com o grau de instrução do público. Dos que cursaram ensino superior, o apoio chega a 69%, contra 37% dos que estudaram até o nível fundamental.
No Nordeste, onde a popularidade do petista é mais alta, 34% são a favor de sua prisão. No Sul e no Sudeste, 61 e 65%, respectivamente. Em um quadro geral, no entanto, 66% acreditam que Lula não irá para a cadeia.
Os brasileiros demonstraram dúvidas quanto aos futuros passos da Lava Jato e suas implicações na política. A pesquisa demonstrou empate nesse quesito: 44% afirmaram que a corrupção continuará na mesma proporção, enquanto outros 44% acreditam que após a operação os índices diminuirão. Para 9%, atos ilícitos continuarão aumentando nos próximos anos.
É notável, na amostra da pesquisa, que há um desprezo quanto às práticas corruptas. Para 62%, ela causa mais prejuízos do que a ineficácia dos governos. Oitenta por cento acreditam que a corrupção é inadmissível em qualquer cenário. A ideia de que não importa se o político é corrupto se ele administra bem o país é rejeitada por 74%.