Câmara suspende doze deputados do PSL por um ano
Decisão é mais um episódio da briga interna pelo comando da legenda, e deve abrir caminho para destituir Eduardo Bolsonaro da liderança
A Câmara dos Deputados aceitou um pedido do presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, e suspendeu, nesta quarta-feira, 4, doze deputados federais do partido por um ano. A decisão, publicada no Diário Oficial da Câmara, prevê que os parlamentares “ficam afastados de qualquer função de liderança e vice-liderança bem como ficam impedidos de orientar a bancada em nome do partido, representar a agremiação e de participar da escolha do líder da bancada durante o período de desligamento”.
Estão suspensos os deputados Aline Sleutjes, Bibo Nunes, Carlos Jordy, Caroline de Toni, Daniel Silveira, General Girão, Filipe Barros, Cabo Junio, Hélio Lopes, Márcio Labre, Sanderson e Vitor Hugo, líder do governo na Câmara.
Por outro lado, a decisão desta quarta-feira suspende as punições anteriormente aplicadas aos deputados Eduardo Bolsonaro, atual líder do partido na Câmara, Bia Kicis, Carla Zambelli, Alê Silva e Chris Tonietto. Na prática, a bancada do PSL na Câmara foi reduzida de 53 para 41 deputados.
A suspensão é mais um capítulo da disputa entre bivaristas e bolsonaristas pelo comando da legenda. A briga interna atinge o partido desde outubro do ano passado, quando o presidente Jair Bolsonaro, então filiado ao PSL, disse a um apoiador para “esquecer” a legenda.
Um dos episódios deste embate foi uma espécie de guerra de listas para a nomeação do líder do partido na Câmara – o parlamentar é escolhido mediante a apresentação de uma lista com a assinatura da maioria da bancada. Desde então, ocuparam a liderança do PSL os deputados Delegado Waldir (GO), Joice Hasselmann (SP) e Eduardo Bolsonaro (SP). Por isso, a suspensão dos doze bolsonaristas abre caminho para que o grupo de Bivar reassuma o posto.