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Cármen Lúcia diz que áudio é agressão inédita à dignidade do STF

Presidente do STF enviou ofícios à PF e à Procuradoria-Geral da República cobrando urgência nas investigações contra Joesley Batista e Ricardo Saud

Por Da Redação
Atualizado em 5 set 2017, 19h51 - Publicado em 5 set 2017, 19h40
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  • A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse que o áudio de uma conversa entre o executivo Joesley Batista e o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, é uma agressão inédita à dignidade da Corte. Ela enviou ofícios ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello Coimbra, e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo uma investigação urgente para apurar os fatos citados.

    Pelo menos quatro ministros do STF – Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Edson Fachin e a presidente, Cármen Lúcia – são mencionados na gravação da conversa entre Joesley e Saud. Há também uma citação a “Marco Aurélio”, mas é possível concluir que não se trata do ministro Marco Aurélio Mello.

    As citações, no entanto, não trazem nenhuma informação concreta ou evidência de que os magistrados pudessem estar implicados em alguma irregularidade. Os diálogos são desconexos – começam a falar de alguém, logo depois mudam de assunto – e há muitas partes inaudíveis.

    Há também citações ao Supremo como um todo, na maioria das vezes atrelada a algum comentário sobre o ex-ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Em um deles, eles dizem que a advogada Fernanda (aparentemente Fernanda Tórtima) “surtou” quando foi levantada a possibilidade de arrastar o ex-auxiliar de Dilma Rousseff (PT) para as delações.

    Confira abaixo a íntegra do pronunciamento da ministra Cármen Lúcia:

    “Ontem, o procurador-geral da República veio a público relatar fatos que ele considerou gravíssimos e que envolveriam este Supremo Tribunal Federal e seus integrantes.

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    Agride-se, de maneira inédita na história do país, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal e a honorabilidade de seus integrantes.

    Impõe-se, pois, com transparência absoluta, urgência, prioridade e presteza a apuração clara, profunda e definitiva das alegações, em respeito ao direito dos cidadãos brasileiros a um judiciário honrado.

    Enviei agora ao diretor-geral da Polícia Federal e ao procurador-geral da República ofícios exigindo a investigação imediata, com definição de datas para início e conclusão dos trabalhos a serem apresentados, com absoluta clareza, a este Supremo Tribunal e à sociedade brasileira, a fim de que não fique qualquer sombra de dúvida sobre a dignidade deste Supremo Tribunal Federal e a honorabilidade de seus integrantes.”

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