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Ciro Gomes projeta gasolina a até R$ 3 em seu governo

Em palestra ao setor canavieiro, pré-candidato defendeu substituir preço estrangeiro pelo nacional e margem de lucro de 3% para a Petrobras

Por Da Redação Atualizado em 18 jun 2018, 17h09 - Publicado em 18 jun 2018, 17h09

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou, nesta segunda-feira, que 3% é uma margem de lucro “razoável” para a Petrobras nos combustíveis e disse que medidas “duras e amargas” serão necessárias para tirar o que classificou de situação “pré-falimentar” do Brasil.

“Na prática, o que eu faria? Substituir o preço especulativo estrangeiro, que hoje está em 80 dólares, por um preço nacional razoável, que é o que todo mundo faz. Isso quer dizer, na prática, que o litro da gasolina estaria entre 2,80 e 3 reais comigo”, disse o presidenciável a jornalistas após palestrar em evento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em São Paulo.

“Margem razoável para a Petrobras é de 3%, que é o que o mundo concorrencial ganha. Não é lucro de 20%, 30% como o seu Pedro Parente (ex-presidente da estatal) fez agora”, respondeu Ciro, quando indagado sobre qual a margem de lucro razoável.

Durante a palestra aos integrantes da Unica, Ciro voltou a defender seu lema da necessidade de reindustrializar o Brasil e disse que o país precisa de medidas “duras e amargas”. O presidenciável aproveitou para defender o combate ao gasto público no viés financeiro, mas “com cuidado” e sem desrespeitar contratos.

“O que precisa ser feito no Brasil é duro e amargo”, “O Brasil está em situação patrimonial pré-falimentar”, avaliou. Ciro classificou o economista Paulo Guedes, conselheiro do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, como um “liberal tosco de Chicago” que é contra todos tipo de subsídio — apesar disso, afirmou que o economista é seu amigo. Para o pré-candidato do PDT, “acabou o subsídio, acabou o agronegócio”.

O pedetista classificou ainda o tabelamento de preços como uma “excrescência” e defendeu um projeto nacional de desenvolvimento calcado na política externa e no incentivo à indústria de defesa. A fragilidade deste setor no Brasil, segundo Ciro, faz do país um “protetorado norte-americano”.

Lula

O pré-candidato também disse torcer pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “o quanto antes”. No Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin pediu que seja incluída na pauta da Segunda Turma do dia 26 de junho um pedido da defesa de Lula para suspender a prisão. Para Ciro Gomes, a o resultado do julgamento é imprevisível.

“Fundo de urna e cabeça de juiz ninguém tem a menor ideia do que vem. Então eu torço que o Lula seja o quanto antes posto livre”, declarou Ciro. Apesar de defender a liberdade de Lula, de quem já foi ministro, o pedetista destacou que tem divergências em relação aos rumos que o ex-presidente está “impondo” ao PT, em referência à manutenção da pré-candidatura do petista, preso e condenado na Operação Lava Jato, e à dificuldade de admitir uma alternativa com outros partidos de esquerda. 

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Ciro evitou declarar se, caso fosse eleito, daria indulto ao ex-presidente Lula. “Se eleito, você volta a falar comigo sobre o assunto”, respondeu. Ao comentar a tentativa de aproximação do PT com o PSB, que também é cortejado pelos petistas, o pré-governador evitou rivalizar. “Papel de um candidato ou partido é procurar aliança, errado esteve aquele partido ou aquela aliança que no passado empurrou todo mundo para fora.” Sobre suas conversas com o PSB, Ciro afirmou que “estão indo bem”, mas que não há nenhuma definição no momento.

Sobre a aproximação com o DEM, Ciro afirmou que há “muita especulação” e “muita intriga”. “O DEM tem um candidato à Presidência da República, que é o Rodrigo (Maia), que é um amigo, por quem eu tenho uma afeição, respeito, conheço ele desde muito jovem”, disse. Ciro disse que enquanto Maia for postulante, “tudo o que acontecer são conversas normais, de um candidato a presidente, que sabe que tem duas etapas”. 

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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