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Com golpes baixos e lacração, Marçal sobe nas pesquisas e desnorteia adversários

Propostas rasas e extensa ficha de rolos na Justiça pontuam a trajetória do coach, que usa uma fórmula eleitoral marcada por mentiras e agressividade

Por Ramiro Brites Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2024, 15h22 - Publicado em 23 ago 2024, 06h00

A disputa pela maior cidade do país tem um tom inegável de nacionalização, sendo vista como uma espécie de tira-teima entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro — respectivamente, os principais cabos eleitorais do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição. Nas últimas semanas, no entanto, um barulhento outsider bagunçou a disputa por São Paulo, o coach Pablo Marçal (PRTB). Pouco conhecido até então no mundo da política e apoiado por um partido pequeno, ele não era levado em conta, até começar a chamar atenção e ganhar espaço. Mesmo com propostas exóticas, como a de construir teleféricos para melhorar o trânsito, conhecimento raso sobre a metrópole e uma extensa ficha de rolos na Justiça (são mais de 100 processos), o coach virou um competidor sério e se tornou mais que um fenômeno local. No pleito municipal deste ano no país, passou a representar uma nova e perigosa encarnação de um candidato antissistema ao desnortear adversários com golpes baixos, mentiras e uma campanha maciça nas redes sociais.

Embora alguns concorrentes enxergassem Marçal no início como alguém que só faria alguma marola na disputa, a campanha do coach parece um tsunami. Segundo levantamento da AtlasIntel de quarta, 21, ele passou de 11,4% das intenções de voto para 16,3% em poucas semanas. Com isso, diminuiu a distância para os líderes Nunes e Boulos — os dois oscilaram para baixo. Dois outros novos levantamentos confirmaram o cenário. Segundo o último Datafolha, Boulos lidera, com 23%, enquanto Marçal passou para a segunda colocação, com 21%, superando numericamente Nunes, que tem 19%. Os três estão empatados dentro da margem de erro, de 3 pontos. No Paraná Pesquisas, divulgado na sexta, 23, Nunes está ainda na frente (24,1%), seguido por Boulos (21,9%) e Marçal (17,9%). Enquanto os dois líderes caíram, o coach cresceu mais de 5 pontos.

pesquisa Marçal

Uma das principais razões para a ascensão foi o comportamento dele nos três debates realizados até aqui, nos quais mostrou muito despreparo para discutir a cidade, mas uma atitude imprevisível e, nas palavras de seus aliados, “disruptiva”. Nesses encontros, disparou contra adversários uma lista enorme de ataques pessoais, fake news e provocações variadas. Embora critique muito o prefeito Ricardo Nunes, a quem chama de “bananinha”, sua vítima predileta se tornou Guilherme Boulos. Marçal não perde a chance de fazer insinuações, sem apresentar provas, de que o adversário consome drogas e, em determinado instante do evento realizado pelo Estadão/Terra, no último dia 14, depois de provocado por Boulos, que o chamou de “novo Padre Kelmon”, sacou uma carteira CLT para “exorcizar” o psolista, a quem acusa de não gostar de trabalho. Boulos quase partiu para a briga, tentando arrancar o documento da mão do coach.

Por essas e outras, Marçal parece lutar mixed martial arts (o vale-tudo) diante de adversários que tentam reagir à base de velhos golpes de boxe. No Instagram, é seguido por 12,8 milhões de contas e é de lá que ele viraliza os cortes pinçados dos debates, como as imagens de um Boulos atônito diante de uma carteira de trabalho. Na política brasileira, ele só tem menos adeptos na rede social do que Jair Bolsonaro, que reúne 25,7 milhões de seguidores, e Lula, com 13,5 milhões. Segundo Tassio Renam, CEO da Holding Marçal Corp, advogado e faz-tudo da campanha, Pablo deve ultrapassar o petista em breve e agora se desafia para percorrer as ruas. “Um dos nossos objetivos é justamente explodir as bolhas que nos cercam. No digital, a gente já domina”, afirma. Na disputa paulistana, os adversários não fazem sombra a ele no Instagram. Nunes tem 967 000 seguidores, Boulos, 2,2 milhões. Tabata Amaral (PSB), que apostou as fichas em uma campanha digital, depois de José Luiz Datena traí-la para concorrer pelo PSDB, tem 1,5 milhão de seguidores. “A internet é onde está sendo discutida a política hoje em dia, é a grande arena”, reconhece Pedro Simões, marqueteiro da candidata do PSB.

arte Marçal

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As mudanças que a internet trouxe à forma das propagandas eleitorais não são novas, tampouco sua apropriação pelos candidatos como ferramenta bélica contra rivais. Os diferenciais de Marçal são o conhecimento técnico e os investimentos colossais no uso dessa arma, cujo potencial político veio à tona no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Quase na mesma época, alguns grupos passaram a usar a tática de enviar integrantes para tumultuar protestos e sessões legislativas. As represálias são gravadas, editadas e publicadas como relatos de “hostilidade” contra seus membros, montando uma narrativa de censura e perseguição. O confronto permanente é o grande combustível dessa turma. Guardadas as devidas proporções, estratégia parecida é empregada por Pablo Marçal quando busca enfurecer os oponentes ao vivo. “A imagem de um político tradicional perdendo a calma com um sujeito ‘comum’, de boné e camiseta, apela a um sentimento de antielitismo entre o eleitorado”, avalia João Guilherme Bastos, diretor de tecnologia e estudos temáticos do Instituto Democracia em Xeque.

Outra aposta do coach é a geração ininterrupta de declarações falaciosas nas redes sociais, de maneira a impossibilitar que uma mentira seja desbancada antes que a próxima viralize — a manobra, conhecida nos Estados Unidos como firehose (“mangueira de incêndio”), tornou-se célebre após ser popularizada por Donald Trump em sua primeira corrida à Casa Branca. A reboque das novas tecnologias, os principais adversários do coach nas urnas paulistanas ainda direcionam seus esforços às velhas ferramentas de campanha, como composição de jingles, organização de carreatas e produção de peças para o horário eleitoral gratuito. “As regras eleitorais existentes ainda são fracas para comportar candidatos antissistema, que conseguem encurralar a Justiça, a imprensa e o eleitorado menos acostumado ao ambiente digital”, diz Ana Claudia Santano, diretora-­executiva da Transparência Eleitoral Brasil e professora de direito eleitoral.

VIRALIZOU - Na provocação a Boulos: o coach quer ser o antiesquerda no pleito de 2024
VIRALIZOU – Na provocação a Boulos: o coach quer ser o antiesquerda no pleito de 2024 (./Reprodução)

Diante das investidas e da ascensão de Marçal, as campanhas de Nunes e Boulos estão desnorteadas. A primeira tentativa de neutralizar o coach em debate foi desastrosa, com os marqueteiros de Nunes, Boulos e Datena combinando literalmente fugir do confronto às vésperas do evento realizado por VEJA, na segunda 19. Detalhe: as campanhas dos principais candidatos — o prefeito e seu opositor de esquerda — haviam assinado um termo de participação e concordado com todas as regras do encontro. Desastroso para ambos, o movimento foi encabeçado por Duda Lima, marqueteiro do prefeito, e criticado por alas importantes da campanha pelo amadorismo da decisão. O resultado da tática? Pablo ficou ainda mais à vontade para atacar a dupla Nunes e Boulos. Na ocasião, Tabata Amaral confrontou com firmeza o coach, enfatizando em vários momentos o vazio de ideias do adversário. Saiu de lá vencedora e subiu, ainda que discretamente, nas pesquisas. Ou seja, basta coragem e preparo para encarar Marçal. No caso dos “fujões”, rótulo dado durante o debate, o tiro saiu pela culatra, como ficou evidente nos levantamentos posteriores.

Há outros oito encontros do tipo agendados e, com a subida contínua de Marçal, é pouco provável que Boulos e Nunes repitam o erro de se esconder (embora não se possa subestimar a falta de inteligência na condução do problema). O psolista tem uma equipe montada apenas para combater notícias falsas e também quer judicializar todos os ataques que Marçal não conseguir provar. Desde o último dia 12, o candidato lulista teve cinco decisões favoráveis na Justiça Eleitoral contra ataques do coach — são quatro determinações para a remoção de vídeos nas redes sociais e a concessão de direitos de resposta. Na noite de quarta, 21, o TRE acatou liminar da campanha de Marçal e suspendeu os direitos de resposta. Há um mês, Boulos se reuniu com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, em Brasília, e pediu celeridade na análise de ações no pleito deste ano. Enquanto isso, a estratégia de Nunes é a de se aproximar do bolsonarismo para conter o adversário lacrador, principalmente nas redes. O núcleo duro no entorno de Jair Bolsonaro deve participar mais ativamente das decisões políticas daqui para frente. “O bolsonarismo é decisivo em eleições. Quem não enxergar e respeitar isso está fadado a perder”, afirma o advogado Fabio Wajngarten, um dos mais fiéis aliados do ex-presidente.

EM QUEDA - Nunes: confiança em reverter queda nas pesquisas com o horário eleitoral gratuito
EM QUEDA - Nunes: confiança em reverter queda nas pesquisas com o horário eleitoral gratuito (Aloisio Mauricio/Fotoarena/.)

Segundo as pesquisas, Marçal rouba público de todos os seus adversários, mas o mais penalizado, sem dúvida, é o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que divide com o coach o eleitorado mais à direita, indeciso sobre quem é o efetivo escolhido de Bolsonaro. Ocorre que Marçal também tira votos de Boulos, sobretudo os dos jovens (16 a 24 anos), público mais afeito às redes sociais. Com a disputa cada vez mais embolada, o psolista passou a correr riscos diante da possibilidade de o coach ultrapassá-lo e ele simplesmente não chegar ao segundo turno. Exemplo disso é a última sondagem do Paraná Pesquisas, na qual ambos aparecem empatados dentro da margem de erro.

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Evidentemente, ainda falta uma eternidade até a eleição. Até lá, um dos maiores obstáculos para Marçal será a Justiça, algo reconhecido pela própria campanha. Há denúncias a respeito de que os temidos cortes de vídeos estariam sendo impulsionados na internet por apoiadores cooptados sob promessa de lucros — o coach já disse em entrevistas que faz uma espécie de competição com premiação em dinheiro para quem consegue espalhar essas peças. Outra suspeita é a de que as empresas dele despejam ilegalmente recursos na campanha. São tantos riscos, que o candidato vem investindo em advogados experientes e com trânsito político, a exemplo de Paulo Hamilton Siqueira Júnior, ex-juiz do TRE de São Paulo.

FUGA - Lula Guimarães e Duda Lima: acordo de marqueteiros de Boulos e Nunes para fugir de Marçal revelou-se um grande tiro no pé para as duas campanhas
FUGA - Lula Guimarães e Duda Lima: acordo de marqueteiros de Boulos e Nunes para fugir de Marçal revelou-se um grande tiro no pé para as duas campanhas (Zanone Fraissat/Folhapress;/Divulgação)

Fora as ações eleitorais, há mais de uma centena de rolos na Justiça. Os mais cabeludos envolvem a investigação iniciada por causa da expedição fracassada ao Pico dos Marins, que colocou em risco a vida de 32 pessoas no começo de 2022, a morte de um funcionário durante uma “maratona-surpresa” no meio de 2023 e uma investigação, em curso na PF, pela suposta prática dos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais quando tentou se lançar à Presidência em 2022 pelo PROS. Em julho de 2023, no bojo dessa apuração, a PF fez operações de busca e apreensão na casa do coach e em três empresas dele. Na ficha de Marçal consta ainda uma condenação de quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado e associação criminosa por fazer parte de uma quadrilha que aplicava golpes digitais, mas a pena prescreveu antes de ser cumprida.

Sem mostrar nenhum constrangimento por esse currículo da pesada, Marçal circula hoje por São Paulo com ares de popstar, com carros buzinando quando ele está nas ruas e fãs imitando o gesto com três dedos de forma a emular o “M”, que virou sua marca registrada. Trata-se de um espetáculo patético, galhofeiro e sem qualquer conteúdo, uma imagem mais comum em programas de auditório do que na disputa para prefeito da maior cidade do país — mas que vem ganhando corpo nas pesquisas e nas redes. Na internet, empresas como o Mercado Livre vendem cópias de bonés usados por ele na campanha. As meninas que o seguem, não por acaso, foram apelidadas de “marçaletes”. “É um fenômeno espontâneo, nunca vi nada igual”, afirma Wilson Pedroso, coordenador da campanha. “Os eleitores não querem mais o político tradicional.”

Apesar de todo esse “assédio”, o candidato diz que a rotina de político é “chata” porque “se perde muito tempo”. Numa linha de raciocínio bem particular, ele explica sua opção pela campanha eleitoral e as consequências práticas em sua situação financeira: “A vida está normal, mas está (sic) precisando de dinheiro. Sabe qual foi a última vez que eu falei que não tinha dinheiro? Tinha 11 anos. É ruim, cara”, reclamou. Aparentemente, Marçal diz que não vai usar verba do fundo eleitoral — até porque o PRTB não dispõe de um caixa vultuoso —, não vai fazer doações por meio de suas empresas e só vai receber dinheiro “dos outros”. Até a última quinta, 22, a campanha tinha arrecadado pouco mais de 550 000 reais, conforme dados do TSE.

DEBATE - No evento de VEJA: apenas Tabata Amaral e Marina Helena enfrentaram o coach
DEBATE - No evento de VEJA: apenas Tabata Amaral e Marina Helena enfrentaram o coach (Antonio Milena/.)

Nascido em Goiânia, Marçal chegou a cursar o bacharelado em direito, mas nunca exerceu a profissão. Quando ainda trabalhava como atendente em um call center, começou a faturar com conselhos de prosperidade dados aos colegas. Posteriormente, fez fortuna vendendo livros, e-books, cursos de autoajuda e mentorias que ensinam desde como ganhar dinheiro na internet até como ter uma vida pessoal equilibrada, manter bons hábitos alimentares e cultivar um casamento longevo. Ao todo, afirma já ter escrito mais de cinquenta livros e declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de 169 milhões de reais — o triplo da soma de todos os seus rivais. Até recentemente, vivia em uma casa no Alphaville Industrial, condomínio de luxo nos arredores de São Paulo. Trocou o endereço por um apartamento alugado no Jardim Europa, bairro de alto padrão na capital, um dia antes do prazo do registro eleitoral. Casado com Carol Marçal, que se classifica como especialista em relacionamento, ele tem quatro filhos.

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O programa de governo do coach é tão raso quanto sua cartilha de autoajuda, com “propostas” confusas e extravagantes, como a de construir o prédio mais alto do mundo. Na verdade, sua única e perigosa plataforma é a antipolítica, disseminada por ele nas redes sociais. Uma réplica à adversária Tabata Amaral, em um minuto recheado de ataques pessoais à deputada, ao presidente Lula, à ex-presidente Dilma Rous­seff e à imprensa, atingiu quase 9 milhões de visualizações no TikTok. “Esses tumultos nos debates televisivos transformam a campanha eleitoral paulistana numa ‘anticampanha’, onde o espaço que serviria para a construção de uma pauta coletiva é usado para promover os interesses de um personagem digital”, afirma Ana Claudia Santano. O coach não é apenas um problema hoje para os adversários. Para uma cidade com gigantescos problemas e desafios como São Paulo, a ascensão de Pablo Marçal é uma grande ameaça.

“Não fui agressivo com ninguém”

Em entrevista a VEJA, Pablo Marçal falou sobre a ascensão nas pesquisas, o comportamento dele nos debates e as críticas às suas propostas.

ALERTA - Marçal:“O povo diz que falo o que está entalado na garganta deles”
ALERTA - Marçal:“O povo diz que falo o que está entalado na garganta deles” (Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo/.)

A que atribui seu crescimento nas pesquisas? Falar a verdade. O povo na rua diz que falo o que está entalado na garganta deles. Eu estou sendo triturado pelos adversários. Eles vão fazer de tudo para frear meu crescimento.

Quem é hoje seu principal adversário? Eu não tenho eles como concorrentes. Eles é que estão me tendo como concorrente. Por isso, juntou três fracos para ver se dava um. Juntou Datena, o Boulos e o Banana Nunes pra ver se aguentavam a pressão de um cara igual eu em um debate. Eu fiquei encantado com aquela manobra idiota de não aparecerem no último debate. Mais duas daquelas lá, eu passo Boulos e Nunes.

Não é um golpe baixo fazer tantas provocações nos debates? Não fui agressivo com ninguém. Só na resposta. O Nunes vira e fala: “O que o Marçal está falando é impossível”. Então tá, então toma. Olha o Datena. Ele foi respeitoso comigo. Eu fui agressivo com ele? Nada. E ele não foi no debate, ou seja, ele estava mancomunado com o Boulos. A Marina Helena não foi agressiva comigo. Eu fui agressivo com ela? Não fui.

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“Exorcizar” o Boulos com uma Carteira de Trabalho ou insinuar consumo de drogas não são atitudes agressivas? É, mas a pessoa chama o outro de ladrão, sendo que eu não sou. Isso também não estava nas regras. Naquele debate, eu pedi o direito de resposta e não deram. Mas por que não deram? Eu pedi, cinco vezes.

Como quer ser prefeito sem conhecer a fundo São Paulo?  Eu conheço mais de gente, ajudei mais gente na minha vida, e você falar que conhece a cidade? Ninguém conhece as 28 000 quadras que tem na cidade. Falam isso para tentar dizer que sou incompetente.

Propostas como a de um teleférico para melhorar o trânsito ou de um prédio de 1 quilômetro de altura são dignas de discussão? O teleférico vai ser o transporte aéreo de cabo, que é o mais seguro. O prédio será um símbolo, vai romper a construção civil do país e vai marcar o mundo, para as pessoas virem e visitarem. A gente transforma as comunidades em centros gastronômicos, olímpicos, com empreendedores e hotelaria, e as pessoas iam querer vir visitar. Você imagina uma favela reorganizada, tudo lindo? Eu imagino e eu vou fazer isso.

Publicado em VEJA de 23 de agosto de 2024, edição nº 2907

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