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Comissão contraria Moro e Damares e coloca Funai na Justiça

Deputados também votaram para derrotar o governo e retirar a demarcação de terras do Ministério da Agricultura

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2019, 12h44 - Publicado em 9 Maio 2019, 11h55
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  • A comissão mista da Câmara que analisa a reforma administrativa aprovou a saída da Fundação Nacional do Índio (Funai) da alçada da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para a gestão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

    É uma derrota para ambos. Desde janeiro, a questão indígena foi uma das principais tratadas por Damares. Nesta semana, a ministra disse em evento que ia “brigar” para manter o controle da Funai. “A Funai vai ficar com a mamãe Damares, e não com o papai Moro. Lugar da Funai é nos Direitos Humanos”, disse a juristas evangélicos.

    Já o titular da Justiça, duramente derrotado com a decisão do colegiado de devolver o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para a pasta da Economia, já tinha dito diversas vezes que não via sentido em um retorno da Funai à sua pasta. “Hoje, o índio não é questão de polícia”, afirmou a VEJA em abril.

    Outro revés para o governo foi a decisão do colegiado de reverter a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de transferir a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura. Por 15 votos a 9, os parlamentares aprovaram a devolução dessa responsabilidade para a Funai e, portanto, agora para a pasta da Justiça.

    Preconceito

    Parlamentares da esquerda se alternaram no microfone para defender a mudança da Funai. Deputados como Túlio Gadêlha (PDT-PE) e Joênia Wapichana (Rede-RR), a primeira parlamentar indígena do Congresso, se alternaram para argumentar que a pasta de Damares Alves não tinha “estrutura” para administrar a questão.

    Em réplica, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), aliado ao governo, acusou os parlamentares de oposição de terem dito fora dos microfones que a decisão era necessária porque a ministra era “louca”. Barros acusou a esquerda de preconceito contra Damares, pastora evangélica, em virtude da sua religião.

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