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Confederação Israelita do Brasil condena fala de Alvim e pede afastamento

Conib avaliou ser 'inaceitável' alusão feita por secretário da Cultura, Roberto Alvim, ao ministro de Hitler Joseph Goebbels

Por Da Redação Atualizado em 17 jan 2020, 12h31 - Publicado em 17 jan 2020, 10h57
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  • A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o discurso do secretário da Cultura, Roberto Alvim, que fez alusão a uma fala do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels, um dos idealizadores do nazismo alemão, e pediu seu afastamento. “A Conib considera inaceitável o uso de discurso nazista pelo secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim”, informou, em nota sobre o vídeo do secretário postado no Twitter. “Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente”, acrescenta. 

    Segundo a Conib, parafrasear a visão de um ministro da Propaganda nazista é um “sinal assustador” da sua visão de cultura, que deve ser “combatida e contida”. “Goebbels foi dos principais líderes do regime nazista, que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e dos aliados nazistas a ponto de cometerem o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, entre tantas outras vítimas”, considera. A instituição ainda lembra que o “Brasil, que enviou bravos soldados para combater o nazismo” na Europa “não merece isso”.

    Claudio Lotenberg, ex-presidente da Conib, definiu o discurso de Alvim como “absolutamente vergonhoso” e “ofensivo” não só à comunidade judaica, mas a todos os defensores de direitos humanos. “Alguém que se inspira naquilo que envergonha a sociedade humana é lamentável. Espero por parte do presidente Bolsonaro uma atitude de natureza pessoal condenatória, e, se possível, de demissão”, diz Lottenberg, que também preside o Conselho do Hospital Israelita Albert Einstein. “Não dá pra deixar impune”, reforça.

    No vídeo, Alvim parafraseia um discurso do nazista e registrado no livro Joseph Goebbels: Uma biografia, do historiador alemão Peter Longerich, ao dizer: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo, ou então não será nada”.

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    Durante o nazismo, Goebbels disse a diretores teatrais: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. O trecho foi escrito em 1933 por meio de uma carta em que o nazista sugeria “novas direções” ao teatro.

    O guru ideológico Olavo de Carvalho foi às redes sociais em repúdio ao vídeo de Alvim. “É cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça. Veremos”, afirmou. O secretário de Cultura é um dos integrantes olavistas do governo. 

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    Após repercussão negativa, Alvim alegou que o episódio foi uma “coincidência retórica”. “Não há nada de errado com a frase, todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com uma frase de um discurso de Goebbles”, concluiu. 

     

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