A nova pesquisa do instituto Datafolha – divulgada na madrugada deste domingo, 10, pelo jornal Folha de S.Paulo –, mensurou o impacto que o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tecnicamente impedido de disputar a eleição por ter sido condenado em segunda instância, poderia acarretar aos pré-candidatos à Presidência.
Os números indicam que os brasileiros se dividem diante de uma eventual adesão de Lula a um candidato. Entre os que com certeza (30%) e talvez (17%) seguiriam a sua indicação, ele influencia 47% do eleitorado. Por outro lado, outros 51% dizem que recusariam esse mesmo candidato. Outros 2% disseram não saber o que fariam nessa situação.
Para a maior parte dos entrevistados, 32% do total, a melhor opção para o ex-presidente, se não for candidato, é apoiar o nome do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Diante da possibilidade de uma candidatura própria do PT, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, apareceria com 15%, o triplo do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, que tem 5%.
À frente de Wagner, dentro da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ainda estaria a possibilidade de apoiar a deputada estadual Manuela D’Ávila, do PCdoB, resposta de 7%. O líder dos sem-teto, Guilherme Boulos (PSOL), deveria ser o pré-candidato apoiado por Lula para 3%.
A pesquisa Datafolha contratada pela “Empresa Folha da Manhã S/A” ouviu 2.824 pessoas entre os dias 6 e 7 de junho de 2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança estimado é de 95%. O levantamento está registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05110/2018.
Migração
Não incluída entre as opções apresentadas para um apoio do ex-presidente, a ex-senadora Marina Silva (Rede) é a principal herdeira dos votos do petista. Nos três cenários em que Lula não é candidato, ela oscila entre 17% e 18% de preferência dos lulistas.
Está no limite da margem de erro com o próprio Ciro Gomes, que receberia de 13% a 15%. A nova pesquisa indica ainda que a maior parte dos eleitores de Lula desistiria de votar em algum candidato se o ex-presidente não estivesse entre os postulantes. O número é de 38% a 40% do total dos optantes por ele.
Os dois nomes mais cotados para o “plano B” do PT não empolgam, até o momento, esse eleitor. Fernando Haddad e Jaques Wagner tem apenas 2% dos votos dos optantes por Lula. Uma parcela três vezes maior (6%) opta, por exemplo, por Jair Bolsonaro (PSL).
Outros presidentes
Se Lula ainda tem um potencial positivo quase tão grande quanto o negativo, o mesmo não pode se dizer do atual presidente, Michel Temer (MDB), e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A situação de FHC não é tão crítica quanto à do emedebista. Apesar de 65% dizerem que não votariam em um candidato apoiado por ele, o grão-tucano ainda tem poder de transferir cerca de 32% dos votos para um postulante, entre os que com certeza (10%) ou talvez (22%) o seguiriam.
Já um apoio de Temer é, indicam os dados apresentados pelo Datafolha, capaz de inviabilizar qualquer pré-candidatura. O potencial positivo do atual presidente é de apenas 7%, enquanto 92% dos eleitores disseram não votar em alguém que tenha o apoio do emedebista.