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Decepção e críticas: a reação nas redes sociais ao adeus de Doria

No Facebook, havia 5,4 mil expressões de raiva em um total de 24 mil interações; no Twitter, a quase totalidade dos comentários era negativa

Por Leonardo Lellis Atualizado em 14 mar 2018, 12h22 - Publicado em 13 mar 2018, 16h49

A intenção de João Doria de disputar as prévias do PSDB para o governo de São Paulo trouxe à tona uma promessa que o prefeito eleito de São Paulo fez ainda na campanha, em 2016: a de que iria cumprir seu mandato até o fim. Foi eleito em primeiro turno com mais de três milhões de votos, mas, apenas um ano e três meses depois de assumir o comando da maior cidade do país, exibe um documento com 1.800 assinaturas de filiados que o querem na disputa do Palácio dos Bandeirantes para justificar a sua saída do governo municipal.

Outrora ambiente mais amigável ao político, as redes sociais foram o espaço onde o público expressou sua contrariedade. No Twitter, a postagem em que o pré-candidato a governador anuncia estar atendendo a uma “importante convocação” recebeu mais de mil comentários, quase a totalidade de usuários expressando sua decepção com a atitude — número bem maior do que a quase centena, em média, de respostas que as publicações do prefeito vinham recebendo.

 

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Potencial adversário de Doria na disputa estadual, o vice-governador Márcio França (PSB), que vai herdar o governo quando Geraldo Alckmin (PSDB) sair para ser candidato à Presidência da República, entrou na onda e aproveitou para amplificar o sentimento replicando as mensagens negativas ao tucano na rede social – ele retuitou mais de 30 comentários de usuários criticando o prefeito pela decisão.

No Facebook, os principais comentários ao post em que anuncia a pré-candidatura seguiram a mesma tônica de desapontamento — entre as 24 mil reações, houve 16 mil curtidas e 1,4 mil expressões de “amei”, mas também 5,4 mil expressões de “raiva”, um número muito alto para qualquer post do prefeito.

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(Reprodução/Facebook/Reprodução)
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(Reprodução/Facebook/Reprodução)

Ainda durante a campanha em 16 de setembro de 2016, Doria assinou um compromisso com o site Catraca Livre de cumprir os quatro anos de mandato caso fosse eleito. O discurso público seguiu a mesma linha na medida em que aumentavam as especulações a respeito de uma eventual candidatura dele à Presidência da República. “Fui eleito para ser prefeito de São Paulo e tenho que ser aquilo pelo qual fui designado. Essa é minha responsabilidade”, disse em março de 2017 à rádio Jovem Pan. “Meu candidato à Presidência da República é Geraldo Alckmin“, acrescentou.

Apesar do discurso, Doria manteve intensa agenda de viagens pelo país, o que motivou críticas dentro de seu próprio partido. “O prefeito ainda está em gestação, e não sei se um dia vai nascer. A única coisa que nasceu até agora foi um candidato à Presidência da República”, disse em outubro de 2017 o tucano Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB e ex-governador de SP em vídeo que foi rapidamente rebatido por Doria: “Você coleciona fracassos e na vida e vive de pijamas na sua casa”.

A aclamação de Alckmin como nome tucano para a disputa do Palácio do Planalto, em dezembro, não bastou, entretanto, para tirar Doria das bolsas de apostas para as eleições de 2018. Com o candidato do PSDB à Presidência definido, entrou em ação um “plano B”, que seguiu, no entanto, o roteiro de não assumir publicamente a intenção de concorrer ao governo paulista. “Meu negócio é prefeitar até o fim do mandato”, disse Doria a VEJA em dezembro.

Enquanto articulava para as prévias do PSDB acontecerem em um cronograma que lhe fosse favorável (antes do prazo necessário para ter que deixar a prefeitura e poder seguir no mandato em caso de derrota), Doria manteve o quanto pôde o discurso de que pretendia seguir no comando da maior cidade do país até 2020. Agora, o tucano adapta seu discurso para prevalecer a narrativa de um “chamado” superior às suas vontades.

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Fui eleito para ser prefeito de São Paulo e tenho que ser aquilo pelo qual fui designado. Essa é minha responsabilidade

João Doria (PSDB), prefeito de São Paulo, em março de 2017

“Candidatura majoritária não é candidatura individual. Não é algo que você queira ou não queira. É uma decisão coletiva”, afirmou o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) no ato em que confirmou a pré-candidatura de Doria nesta segunda-feira, 12. Sobre a inevitável cobrança a respeito da “quebra da promessa”, o prefeito ainda se esquiva. “Nossa gestão na prefeitura sempre foi uma gestão coletiva, não foi individual. É a soma do trabalho do João Doria com o [vice-prefeito] Bruno Covas e uma brilhante equipe de trabalho”.

As prévias do partido ocorrem dia 18 de março. Caso vença, e prevaleça o compromisso expresso pelos 1.800 delegados que votam nas prévias do PSDB e que o apoiaram no abaixo-assinado (número suficiente para este resultado), Doria terá que deixar a prefeitura no próximo dia 7 de abril. Como postulante, o tucano tenta repetir o feito do hoje senador José Serra, que, em 2006, também deixou a prefeitura depois de um ano e três meses de mandato na Prefeitura de São Paulo para candidatar-se ao governo. Naquele ano, Serra venceu a disputa estadual em primeiro turno, com 57,9% dos votos.

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